Polícia suspeita de vazamento de informações em operação de repressão ao tráfico

A Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc) de Londrina, Norte do estado, vai abrir um inquérito para investigar suspeitas de vazamento de informações privilegiadas sobre a operação de repressão ao tráfico de drogas no Residencial Santos Dumont, localizado na Rua Leontino Gaion, na zona leste da cidade, realizada na tarde de quinta-feira (30). A operação foi deflagrada após diversas denúncias de tráfico no local, por meio dos telefones 181 e 197, mas somente 100 gramas de droga foram apreendidas e dois termos circunstanciados preenchidos.

Segundo o delegado do Denarc, Michel Araújo, o possível vazamento de informações levou os suspeitos a eliminarem a droga. "No local, encontramos diversas poções de maconha espalhados pelo chão, que devem ter sido jogados pela janela, para evitar a prisão em flagrante". Outro ponto que atrapalhou a operação, segundo o delegado, foi o disparo de tiros em um dos apartamentos do residencial. "Para um resultado positivo, entramos simultaneamente em 11 apartamentos, porém houve o disparo de arma de fogo em um dos locais, desta forma, as equipes de dirigiram para prestar auxílio, o que facilitou para os suspeitos se livrarem da droga", comenta Araújo. Participaram da operação 26 policias e foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão, ninguém foi preso.

O Residencial Santos Dumont é formado por 27 blocos e mais de três mil pessoas moram no local. De acordo com o delegado do Denarc, a receptividade dos moradores foi positiva, sendo que muitos auxiliaram (sem se identificar, pelo receio de represálias), com a indicação de quais apartamentos eram usados para o tráfico de drogas. "Os prédios são uma região de invasão e se tornaram locais propícios para esta prática e o refúgio de criminosos. Porém, vivem lá famílias de bem que estavam cansadas da sensação de medo imposta pelos traficantes. A operação foi salutar para mostrar a presença do Estado no local e deixar claro que não aceitaremos situações como esta", destaca Araújo.

O delegado Denarc disse que apesar deste tipo de operações não ser o foco da Divisão, elas podem ser realizadas novamente.