Jundiaí do Sul A Polícia Militar ainda não conseguiu retirar todas as famílias que estão acampadas na Fazenda Monte Verde, em Jundiaí do Sul, no Norte Pioneiro. A desocupação começou anteontem pela manhã, mas, até o fim da tarde de ontem, boa parte das 350 famílias que estavam acampadas na propriedade continuavam dentro da área.
Muitos invasores se alojaram em áreas remotas da fazenda, aproveitando-se da topografia acidentada da propriedade e de que boa parte da área é coberta por vegetação nativa. Em alguns casos, nem mesmo usando trator é possível chegar às moradias. Assim, os policiais estão fazendo a retirada a pé, o que está atrasando a desocupação.
Apenas três caminhões fazem a retirada das famílias. A direção do Movimento dos Agricultores Sem-Terra (Mast) acredita que demore pelo menos mais 24 horas para que toda a fazenda esteja desocupada.
Ontem à tarde, a PM mantinha pelo menos dez viaturas no interior da fazenda e dezenas de policiais. As famílias estão sendo acomodadas às margens da estrada que dá acesso à fazenda. Móveis, eletrodomésticos e objetos pessoais estão espalhados por quase um quilômetro da via. Além dos policiais, que estão no interior da propriedade cumprindo o mandado judicial de reintegração de posse, pelo menos dez seguranças contratados pelo dono da área vigiam a fazenda. Dois deles permanecem na porteira, mas a entrada está liberada.
Ontem a coordenação do Mast reafirmou as críticas de que a PM não cumpriu o acordo selado com os sem-terra de preservar as moradias construídas no interior da fazenda. Boa parte das casas foi erguida com madeira e cobertura de amianto. Os invasores queriam reaproveitar o material para erguer moradias em outro lugar, mas de acordo com o coordenador regional do Mast, Pedro Luiz Xavier, todas as casas e barracos estão sendo destruídos pela PM. Em muitos casos, os sem-terra acusam a polícia de ter destruído móveis e objetos. "O que estão fazendo é uma pena. Esse povo já não tem para onde ir e ainda estão destruindo o pouco que tem", disse Xavier.
Parte das famílias que estão se alojando às margens da estrada vive de forma precária. A comida só seria suficiente para mais dois dias e a água é racionada. Dezenas de crianças estão no acampamento.
Anteontem, no primeiro dia da desocupação, o prefeito da cidade, Joel Marciano Rauber (PMDB), autorizou que crianças e mulheres que estavam na fazenda pernoitassem no ginásio de esportes da cidade.
Ontem o comando do 2.º Batalhão da PM, com sede em Jacarezinho, divulgou uma nota oficial em que reafirma que os sem-terra fizeram "apenas reivindicações no tocante às lavouras plantadas naquela fazenda, e não relacionadas às casas".
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