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Rachel estava desaparecida desde a segunda-feira (3) | Reprodução Orkut
Rachel estava desaparecida desde a segunda-feira (3)| Foto: Reprodução Orkut

Comoção no velório de Rachel

Cerca de 200 pessoas compareceram ao velório da estudante Rachel Maria Lobo de Oliveira Genofre, na Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias,localizada no bairro Bacacheri, nesta quarta-feira (5). Familiares, amigos do colégio onde a menina estudava e curiosos se despediram, comovidos, da pequena Rachel. Além da tristeza e da dor, outro sentimento que prevalecia era o de revolta.

Djalma Amaral, tio do pai de Rachel, contou que a família está transtornada e revoltada. "Nem um animal faz o que fizeram com a menina. Espero que a políciaencontre logo o responsável para que seja tomada as medidas necessárias contraele", disse.

A moradora do bairro, Elizabete Oliveira, não conhecia Rachel, nem seusfamiliares, mesmo assim, ela compareceu ao velório para prestar uma homenagem amenina. "Vim para rezar pela criança e pela família", explicou. "Tenho uma filhapequena e imagino como deve estar sendo difícil para os parentes", refletiu.

O enterro do corpo da garota está previsto para acontecer às 10 horas desta quinta-feira (6) no Santa Cândida.

  • Rachel estava desaparecida desde segunda-feira. Ela costumava voltar da escola sozinha

A Delegacia de Homicídios (DH) de Curitiba está analisando as imagens de uma das câmeras de segurança do circuito externo da Rodoferroviária na tentativa de buscar pistas do assassino de Rachel Maria Lobo de Oliveira Genofre, de 9 anos, encontrada morta dentro de uma mala abandonada numa das áreas do terminal rodoviário de Curitiba. De acordo com a investigação, o computador instalado na casa da menina vai ser apreendido e periciado por uma equipe que vai apurar informações que levem ao paradeiro do criminoso.

Uma pedra no sapato da investigação do caso está sendo a falta de câmeras de segurança na parte interna da Rodoferroviária. Como última opção, a polícia requisitou as imagens de uma camêra instalada na parte externa do local. De acordo com o delegado-chefe da DH, Jaime da Luz, as imagens do circuito externo estão sendo analisadas passo-a-passo pela equipe de investigação. "São muitas horas de fita a serem verificadas. Todos os detalhes são importantes", afirmou Jaime da Luz.

De acordo com um investigador do caso, as principais pistas podem estar no conteúdo do computador pessoal usado por Rachel. "A partir dessas informações podemos tentar encontrar alguém ou algo que nos permita ter maior conhecimento de como a menina acabou raptada e morta", explicou o investigador que pediu para não ser identificado.

Perguntado sobre a forma inusitada de o criminoso tentar se desfazer do corpo da menina, o delegado respondeu que tudo depende do comportamento do assassino. "Depende do tipo de pessoa que estamos lidando, do perfil. Não sabemos o que se passa na cabeça de uma pessoa dessas", disse.

O delegado não quis dar qualquer tipo de informação além da conversa informal com a reportagem. Segundo ele, toda a informação sobre o caso será repassada pela Secretaria da Segurança Pública do Estado (Sesp). O órgão, por sua vez, informou que não vai prestar qualquer esclarecimento à imprensa no momento e que o caso está sendo investigado sob total sigilo.

Crime

O corpo de Rachael foi encontrado dentro de uma mala abandonada na Rodoferroviária de Curitiba por volta das 2h30 da madrugada desta quarta-feira (5). Ela estava desaparecida desde as 17h30 de segunda-feira (3), quando saiu do Instituto de Educação, no Centro, onde estudava.

De acordo com a polícia, a menina era filha de uma professora e ia e voltava todos os dias sozinha da Vila Guaíra, onde morava, até a escola, de ônibus. O caso estava sendo investigado desde a segunda-feira pelo Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride), que contatou a mãe ainda durante a madrugada.

Segundo a polícia, a mala foi encontrada embaixo de uma das escadas do setor de transporte estadual, por uma família indígena, que estava morando no local havia duas semanas. Como estava atrapalhando o local onde dormiriam, os indígenas - que vieram de Ortigueira, no Centro-Oeste, para vender artesanato em Curitiba -, tentaram arrastar a bagagem.

O grupo estranhou o peso e chamou um fiscal da Urbanização de Curitiba (Urbs), que resolveu abrir a mala. Imediatamente o funcionário acionou a Polícia Militar (PM), que chamou o Instituto Médico Legal (IML).

O corpo estava inteiro, ainda com o uniforme do Instituto de Educação e apresentava sinais de estrangulamento. Os médicos do IML confirmaram que a menina sofreu violência sexual. O laudo, porém, só deve ficar pronto em 30 dias.

Rachel cursava a 4ª série no Instituto de Educação. Filha de pais separados, a menina morava com a mãe e os avós maternos na Vila Guaíra. Em outubro de 2007, quando estava na 3.ª série, ela ganhou o terceiro lugar no 13.º Concurso Infanto-Juvenil de Redação, promovido pela Seção Infantil da Biblioteca Pública do Paraná. Este ano recebeu o primeiro prêmio no mesmo concurso. As aulas foram suspensas nesta quarta-feira no Instituto de Educação.

Durante a manhã, dezenas de pessoas publicaram mensagens de consolo à menina e à família na página de recados de Rachel no site de relacionamentos Orkut. Procurada pela reportagem, a família não quis falar sobre o caso.

O velório deve acontecer a partir das 19 horas, na Capela Mórmon do Bacacheri, em Curitiba. O enterro do corpo da garota está previsto para acontecer às 10 horas desta quinta-feira (6) no Santa Cândida.

Falta de Câmeras

A Urbs, empresa que administra o terminal, informou que uma licitação foi aberta em setembro para aquisição de câmeras de segurança na parte interna da Rodoferroviária. A previsão era de concluir o processo de compra do equipamento até o final deste mês. Quem tiver informações que possam ajudar nas investigações sobre o assassinato de Rachel pode entrar em contato com a Delegacia de Homicídios pelo telefone 3363-0121. A identidade do informante será mantida em sigilo.

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