A polícia de Limeira, a 147 km de São Paulo, voltou atrás e nega que tenha recebido uma denúncia anônima que ajudaria a esclarecer o assassinato do ganhador da Mega-Sena Altair Aparecido dos Santos, no último domingo. Nem mesmo o envolvimento de familiares está totalmente descartado, como havia sido dito nesta terça-feira (18).
O investigador Gildo Ciola, da Delegacia de Investigações Gerais investiga três hipóteses no caso; crime passional, retaliação de algum apostador do bolão da Mega-Sena ou até mesmo tentativa de assalto.
"A polícia recebe várias denúncias anônimas e nos cabe investigá-las, mas não há uma grande denúncia que seja uma pista relevante no momento. Estamos trabalhando com três linhas de investigação e acharemos o autor do crime", diz Ciola.
Segundo o investigador, o depoimento do vizinho que socorreu Altair não será realizado nesta quarta-feira. Outros vizinhos e amigos de Altair também serão ouvidos na sexta ou na segunda-feira. Nesta quinta é feriado da Consciência Negra em Limeira. Apesar de não tomar depoimentos, os policiais continuarão trabalhando. Nesta quarta, os policiais envolvidos na investigação fazem uma reunião interna.
"Esses depoimentos, a princípio, não devem trazer novidades em relação ao que já sabemos. Os nossos trabalhos, porém, continuam antes deles", adianta Ciola.
Para o investigador, o fato de uma vizinha ter limpado a mancha de sangue causada após Altair ser atingido por um tiro no peito não incrimina ninguém.
"Ela quis preservar o filho da vítima, que estava dormindo e seria chocante acordar e ver o sangue do pai espalhado. Além, disso, ficou claro nos depoimentos que a família não imaginou que a vítima foi atingida por um tiro na hora. Acharam que algo havia caído sobre ele. No socorro, e sem saber que deveria preservar o local do crime, essa vizinha acabou limpando a mancha", disse.
A polêmica do prêmio
O prêmio da Mega-Sena em Limeira foi marcado pela polêmica. Dois homens que todas as semanas participavam do bolão feito no bar Gente Fina, que pertencia a Altair, pleitearam o prêmio, mas acabaram ficando de fora por não terem pago a cota semanal do grupo.
Depois de muita discussão, o grupo aceitou pagar uma parcela de R$ 200 mil a cada um dos dois excluídos. Dorgival Bezerra de Oliveira, de 52, um dos que ficaram de fora do prêmio, chegou a ser apontado como suspeito. Maria Isabel, mulher de Altair, afirmou que ele vinha fazendo ameaças a seu marido e chegou a dizer que Limeira estava pequena para os dois.
Dorgival prestou depoimento na segunda-feira. Admitiu que havia procurado Altair para pedir mais dinheiro, mas negou o crime. "Isso é uma maldade muito grande. Estou com a consciência limpa", disse ele. A polícia disse que o depoimento dele foi convincente e Dorgival foi liberado após depôr.
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