Atualizado em 16/02/06 às 20h
Quatro policiais civis foram presos nesta quinta-feira (16) acusados de matar a tiros um preso da Cadeia Pública de Cascavel, no Oeste do Paraná, e tentar encobrir o crime, que aconteceu em 2003.
Além dos quatro, outros dois investigadores, que já estão presos por tráfico de drogas, também estão envolvidos no crime e tiveram suas prisões preventivas decretadas pela Justiça.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Estado (Sesp), o Ministério Público denuncia também mais quatro médicos legistas do Instituto Médico Legal (IML) de Cascavel. Eles são acusados de esconderam, com laudos falsos, a causa da morte do preso para protegerem ilegalmente os policiais.
Crime
Na madrugada de 25 de agosto de 2003, dois presos tentaram fugir da cadeia pública da 15.ª Subdivisão Policial, em Cascavel. Minutos depois, outros presos tentaram fugir mas foram impedidos a tiros por policiais. Com a confusão, alguns dos presos iniciaram um motim.
O preso Valdair Alencar, conhecido como "Bolacha", saiu de sua cela e começou a ajudar outros detentos a estourarem cadeados. Seis investigadores - Rubens Pereira da Silva, Amarildo Mayer, Eugênio Stachiu, Neuraci Quirino dos Santos Duarte, José Nelson Pereira Brandão e Carlos Eduardo Azevedo Gomes -, atiraram e mataram Alencar.
Segundo as investigações, os policiais teriam retirado o corpo do lugar e só levado o preso morto ao IML na manhã seguinte. Além disso, os policiais mentiram nos relatórios apresentados à delegada responsável. Eles alegaram que Alencar teria sido morto por outros detentos, com armas artesanais. Os policiais ainda levaram ao IML alguns estoques para tentar induzir os médicos legistas a elaborarem um falso laudo.
Com isso, os médicos Rikia Himauari e Alexandre Galvão foram denunciados à Justiça por protegerem os policiais ocultando o assassinato. Além deles, os legistas Ronaldo Sérgio da Silveira e Irno Francisco Azzolin também foram denunciados já que elaboraram um falso laudo quando o corpo do preso foi exumado e periciado.