Policiais bloquearam a Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV), em Curitiba, para o recebimento de presos transferidos de outros distritos policiais ontem de manhã. O local é o terceiro que teve a restrição organizada pelo Sindicado das Classes Policiais Civis do Estado do Paraná (Sinclapol) nas últimas semanas. A reclamação é de que os policiais estão sendo obrigados a trabalhar em funções para as quais não são destinados, como revistar sacolas, fiscalizar presos durante visitas e escoltar detentos.
"Os únicos presos recebidos ( a partir de agora na DFRV) são aqueles que são trazidos para a delegacia como produto do trabalho da própria delegacia. Agora, o detento que ficar aqui vai ficar dentro do que diz a lei", afirmou o presidente do Sinclapol, André Gutierrez, reforçando que os serviços envolvendo manejo de presos vão ficar prejudicados pelo bloqueio.
Familiares não terão como visitar os detentos e nem levar roupas ou outros produtos, por exemplo, já que toda sacola precisa ser revistada. "A partir de hoje a Polícia Civil não atua como guarda de preso aqui. A expectativa é de que a gente interdite a carceragem de uma delegacia por semana a partir de agora", prevê o presidente do sindicato.
Competência
O superintendente da DFRV, Emir Silveira, confirmou que na unidade não entram presos que não sejam oriundos de ocorrências relacionadas a casos envolvendo roubo e furto de veículos. "A gente não vai fazer nada além da nossa competência. Nós não vamos agir como uma cadeia, somos uma delegacia", afirmou.
Mobilização
Os bloqueios feitos pelo Sinclapol começaram após a morte do superintendente Marcos Antônio Gogola, da delegacia de Campo Largo.
Ele foi morto no começo do mês passado por homens que resgataram um preso durante uma escolta Gogola era um dos policiais que levavam o detento para um exame odontológico fora da carceragem.