Uma quadrilha de contrabandistas de cigarros, abastecida por policiais civis, foi presa pela Polícia Federal (PF). Entre os 12 presos estão três investigadores. Durante oito meses de investigação, a PF apreendeu oito caminhões carregados com o contrabando. A polícia ainda não sabe o valor do prejuízo causado aos cofres públicos em sonegação fiscal. A operação, batizada de "Nicot", foi desencadeada ontem pela manhã, em Curitiba, Almirante Tamandaré e Araucária, na região metropolitana, e no interior do estado, nas cidades de Faxinal e Campo Mourão. Segundo o titular da Delegacia Regional Fazendária, da PF, Igor Romário de Paula, o grupo agia em duas frentes. A primeira consistia em ter dois fornecedores fixos nas duas cidades do interior. A outra ficava a cargo de um policial civil da delegacia do Alto Maracanã, em Colombo, de outro da unidade de Almirante Tamandaré e de mais um policial do 3.º Distrito Policial até pouco tempo lotado na Delegacia de Crimes contra o Consumidor. Os nomes dos policiais não foram divulgados. Eles estão sob custódia da Corregedoria da Polícia Civil. Com um dos detidos foi encontrada uma arma de fogo.
O trio, segundo Igor de Paula, abordava caminhões nas estradas de forma deliberada, sem ordem de investigação. "Os policiais, de forma autônoma, abordavam as cargas e, eventualmente, extorquiam os motoristas", afirma o delegado. De acordo com ele, após as apreensões dos cigarros, os policiais procuravam compradores para as cargas. "Outros policiais que podem ter participado estão sendo investigados também", revela.
Os outros três detidos na operação são informantes dos policiais. Eles avisavam quais caminhões de veriam ser abordados.
Esquema
Os policiais forneciam cigarros para um homem, que comandaria o esquema de venda para pequenos mercados e bares da periferia da região de Curitiba. Esse suspeito seria ainda o responsável por dois depósitos onde os cigarros ficavam armazenados. Durante as buscas ontem, a PF encontrou nos depósitos 500 caixas de cigarros, o equivalente a 250 mil maços. Em toda operação, nos últimos oito meses, foram apreendidos cerca de duas mil caixas de cigarros. O produto do contrabando será entregue à Receita Federal.
Segundo a PF, após descarregar os caminhões nos depósitos, os cigarros eram colocados em carros preparados para a distribuição. Pelo menos 20 automóveis foram apreendidos. Eles tinham rádios, vidros escurecidos e a estrutura reforçada para carregar peso, além de outras adaptações para facilitar o transporte das mercadorias.
Durante a operação, foram cumpridos sete mandados de prisão preventiva e 17 de busca e apreensão. As outras prisões foram flagrantes. Parte dos detidos responderá por formação de quadrilha, contrabando e receptação. Os policiais serão responsabilizados pelos crimes de extorsão, corrupção passiva, roubo e formação de quadrilha.
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