Na mesma noite em que policiais militares e bombeiros do Ceará entraram em acordo com o governo para dar fim à paralisação que já durava seis dias, policiais civis do estado resolveram entrar em greve. Essa é a terceira paralisação da categoria desde julho de 2011. Segundo o secretário-geral do Sindicato dos Policiais Civis do Estado do Ceará (Sinpoci), Ernane Leal, os policiais civis querem a mesma atenção dispensada aos militares.
"Com a Polícia Militar houve negociação com cinco dias de greve e nós, com quatro meses, não fomos ouvidos", disse Leal à Agência Brasil, acrescentando que a categoria achou justa a conquista dos policiais militares e bombeiros. "O governo, em nenhum momento, nos indicou uma contraproposta, não nos recebeu, e a categoria não aguentou."
Segundo ele, o primeiro período de greve teve início em 2 de julho e terminou em 3 de agosto, quando a paralisação foi suspensa para negociação. Na ausência de diálogo, os policiais civis pararam novamente em 15 de outubro, voltando ao trabalho dois meses depois, após a greve ter sido considerada ilegal pela Justiça do estado.
Leal disse que, na época, a categoria trabalhou com 30% do efetivo e escala de atendimento ao público nas delegacias. Agora entretanto, a promessa é de greve geral no Estado.
No Ceará, há cerca de 1,8 mil policiais civis na ativa. Eles reivindicam remuneração inicial equivalente a 60% do valor pago a delegados, que recebem R$ 8 mil assim que entram na carreira. Atualmente, o salário é de cerca de R$ 2 mil. Também pedem a retirada de presos das delegacias e o aumento do efetivo policial.
Outra exigência é que os policiais não sejam punidos administrativamente por participarem das manifestações, o que está ocorrendo, segundo o secretário-geral do sindicato da categoria, com 199 deles, que tiveram salários descontados.
A expectativa da categoria é ser recebida ainda hoje pelo delegado-geral, Luiz Carlos Dantas. As informações são da Agência Brasil.
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