Descontentamento
PM também negocia reajuste
A Polícia Militar (PM) também pede um reajuste dos salários ao governo estadual. As negociações estão sendo conduzidas entre o governo e o comando da PM, sem participação das entidades de classe. Os dois lados se reuniram na última quinta-feira para acertar os detalhes finais de uma nova proposta, que deve ser apresentada oficialmente também na próxima semana.
O soldado Laudemir Dotta, coordenador do Fórum de Entidades Representativas da PM, declarou que a categoria confia e apoia o comando nas negociações. Entretanto, para o presidente da Associação de Defesa dos Policiais Militares, coronel Eliseu Furquim, o comando não tem liberdade suficiente para agir, porque é subordinado ao governo do estado. "Nenhuma de nossas entidades foi convidada para a negociação, então estamos desconfiados.", afirma.
Os dois, Dotta e Furquim, rejeitam a ideia de greve. Furquim revela, porém, que nada impede que os soldados se rebelem. "Já não posso duvidar [de uma revolta], sei que as pessoas estão todas estressadas, é um processo longo e bastante frustrante", comenta.
Após impasse na semana passada, o governo do Paraná apresentou ontem uma nova proposta salarial à Polícia Civil. Os valores não foram divulgados oficialmente nem pelo governo, nem pelas entidades envolvidas, já que a proposta de subsídio ainda depende de uma avaliação de impacto orçamentário e do aval do governador Beto Richa. Entretanto, fontes da polícia afirmam de forma extra-oficial que o valor inicial para investigadores de 5.ª classe seria de R$ 4 mil, o que equivale a um aumento de 48%. Hoje essa categoria ganha R$ 2,7 mil.Ainda segundo esses informantes, a proposta para os investigadores, escrivães e papiloscopistas de 5.ª, 4.ª e 3.ª categoria melhorou da última semana. Para servidores de 1ª classe, porém, esse valor caiu de R$ 6,4 mil para R$ 5,5 mil. A proposta para a 2.ª classe ficou igual. Logo, o porcentual desse crescimento também foi bem diferente para oficiais de 1.ª e 5.ª classe. Enquanto o salário inicial da carreira cresceu 48%, para os servidores com mais experiência esse aumento é de apenas 8%. Além disso, há a previsão de um aumento quinquenal de 5%, ou seja, a cada cinco anos na polícia.
O governo do estado preferiu não divulgar os dados. A alegação é de que o estudo de impacto desse aumento no orçamento ainda não foi finalizado, e de que, por isso, o governador não poderia autorizar a divulgação dos números. Além disso, o governo quer esperar até a próxima terça-feira, quando será apresentada a proposta para a Polícia Científica.
Para o vice-presidente do Sindicato das Classes Policiais Civis do Paraná (Sinclapol), Neilor Liberato Souza, a proposta ainda está longe do que foi apresentado inicialmente pela categoria (R$ 5,7 mil), mas já está muito melhor do que a anterior, que era de R$ 3,4 mil. "Na assembleia vamos saber o que a categoria acha", afirma.
Posição parecida tem o presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Londrina e região (Sindipol), Ademilson Alves Batista. "Não é o que queremos, mas chega muito mais perto." A oferta deve ser apresentada para a categoria apenas na terça-feira. O Sindipol espera ter esses dados à mão na segunda-feira para realizar sua assembleia na própria terça-feira. Já o Sinclapol fará assembleia a partir de quinta-feira, por conta dos filiados no interior.
Insatisfação
O presidente do Sindicato dos Investigadores de Polícia do Paraná (sipol), Roberto Ramires, considerou o valor ainda muito baixo e criticou o governo por não ter convidado o Sipol para a reunião, assim como outros sindicatos da categoria. Para Ramires, o valor de R$ 5,7 mil é o "mínimo aceitável", mas as chances de o governo chegar até esse valor são pequenas. Além disso, vê discrepância no tratamento dado pelo governo aos servidores. "Quando é para reajustar o salário dos cargos de comissão, o governo dá aumento e não tem crise nenhuma. Quando é para o servidor de carreira, o sinal fica amarelo."
Colaborou Felippe Anibal
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