Policiais Federais (PF) de todo o Brasil fazem nesta quarta-feira uma paralisação de 24 horas em protesto ao descumprimento de um acordo firmado entre a categoria e o governo federal. Os policiais alegam que o segundo resjuste salarial, prometido pelos ministérios da Justiça e do Planejamento, não foi cumprido.
No Paraná, os cerca de 700 policiais devem ficar de braços cruzados em frente as oito sedes da PF no estado. A paralisação deve ter reflexos principalmente nos aeroportos, aduanas e nas delegacia, entretanto, os serviços essenciais como os de emissão de passaportes, custódia de presos nas sedes da PF, atendimento nos aeroportos e no plantão devem funcionar, mas com efetivo reduzido.
Na aduana, na Ponte da Amizade - que liga Foz do Iguaçu ao Paraguai -, somente 30% do efetivo deve trabalhar. Segundo a assessoria de imprensa da PF em Foz, normalmente 28 policiais trabalham em três turnos no lado brasileiro da aduana. A fiscalização, por conta da paralisação, deve ser afetada, já que caberá somente aos servidores da Receita Federal o trabalho da revista.
Para os que procuram o serviço de emissão de passaportes, um dos mais procurados, Silvio Renato Fernandes Jardim, presidente do Sindicato dos Policiais Federais no Estado do Paraná (Sinpef-PR), orienta que as pessoas deixem para a quinta-feira. "O serviço já está demorado por conta da falta de cadernetas e amanhã (quarta- feira) atenderemos somente os casos emergenciais", diz. "É melhor que as pessoas procurem a PF na quinta-feira", completa, garantindo que haverá um reforço no atendimento para atender a demanda.
Os casos emergencias, citado por Fernandes Jardim, seriam, principalmente, de pessoas que precisam do passaporte para viajar para o exterior para alguma situação médica. No entanto, ele explica, os casos de emissão de passaporte serão avaliados individulamente pelo comando da paralisação.
Se as negociações não avançarem, diz o presidente do Sinpef-PR, a agenda de mobilização será mantida. Desde 15 de fevereiro de 2007 a categoria está em estado de greve. Após a paralisação desta quarta-feira (28), está marcada para o dia 18 de abril uma marcha dos policiais até Brasília e em seguida, se o acordo não for cumprido, a categoria deflagra greve.
O acordo
A reivindicação dos policiais é que a segunda parcela do reajuste no salário de toda a categoria não foi paga como acordada com os ministérios da Justiça e do Planejamento. De acordo com a assessoria da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), o acordo foi firmado em 2 de fevereiro de 2006 com representantes do Grupo de Entidades Representativas de Classes do Departamento de Polícia Federal (Gerc).
Pelo acordo, o governo federal deveria reajustar o salário de toda a categoria em 60% em média. Os 30% seriam pagos no mês de julho, como aconteceu, e a outra metade até dezembro de 2006 - pagamento este não honrado pelo governo federal.