Policiais federais de Curitiba colocaram um elefante branco inflável em frente à Superintendência da Polícia Federal (PF) nesta terça-feira (25) para protestar por melhorias na estrutura da corporação. A mobilização integra um movimento nacional, que promove a segunda paralisação do ano em protesto. Eles querem acabar com o que eles chamam de "apagão da PF". O serviço de emissão de passaportes não é afetado na capital paranaense.
Os atendimentos agendados para a emissão de passaportes, na superintendência da PF em Curitiba, são realizados normalmente, segundo a assessoria de imprensa da corporação. O órgão disse apenas que os encaixes entre um e outro atendimento, feitos em dias normais, não são realizados hoje. Apenas os que tinham horário marcado vão ser atendidos por causa da paralisação, mas a situação volta ao normal na quinta.
"O elefante branco representa os 96% de ineficiência da Polícia Federal hoje. Somente 4% dos inquéritos policiais viram denúncias, por isso que hoje o crime no Brasil compensa. O elefante branco não serve para nada, só incomoda, porque a impressão que dá é que o governo mantém as negociações paradas pela PF ter feito operações que atingiram membros do governo", diz o presidente do Sindicato dos Policiais Federais no Paraná (Sinpef-PR), Fernando Vicentine.
O presidente da entidade de classe garante que nenhuma pessoa que tinha atendimento agendado para a emissão de passaportes deixará de ser atendido. "De forma alguma queremos prejudicar o atendimento ao público, o cidadão já é prejudicado pela ineficiência pelos policiais, pela queda na produtividade. A população não pode sofrer dessa maneira."
"Apagão" em números
O Sinpef-PR divulgou números sobre a situação que levou a categoria a protestar. A entidade diz que entre 2010 e 2013, o número de indiciados pela PF no estado caiu 51% de 6.114 para 2.983. Nesse total estão as pessoas que foram efetivamente investigadas pela PF no Paraná.
Chamado pela Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) de "Apagão da Polícia Federal", as mobilizações alertam, principalmente, sobre contingenciamento de verbas que inviabiliza as investigações. Segundo o órgão, nos últimos 10 anos, os investimentos na PF caíram de R$ 81 milhões para R$ 20 milhões. Agentes, escrivães e papiloscopistas ainda contestam o fato de estarem há sete anos sem reajuste salarial.
Outro lado
A reportagem entrou em contato com o Ministério da Justiça por volta das 9h30 e aguarda retorno com posicionamento sobre a greve e mais informações sobre os números divulgados pelo sindicato.