Após reunião entre Beto Richa, o secretário de Segurança Pública, Reinaldo de Almeida César, e o procurador-geral do Ministério Público (MP), Olympio de Sá Sotto Maior, ontem à tarde, o governador decidiu manter os 58 policiais civis e militares que auxiliam nas investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), órgão ligado ao MP. No encontro, ainda, ficou decidido que o Gaeco terá sua existência formalizada por meio de um novo decreto estadual.

CARREGANDO :)

O decreto n.º 34, publicado no último dia 12, previa a volta de servidores públicos às lotações de origem. A saída dos policiais civis e militares comprometeria o andamento de cerca de 250 investigações do Gaeco (veja o quadro). A reunião de ontem, porém, mudou o entendimento do decreto em relação ao órgão.

O procurador Sotto Maior comemorou a medida. Segundo ele, a decisão do governo só vem confirmar que deve haver a integração dos esforços policiais com o MP. "Através do [novo] decreto estadual teremos estabilidade, independentemente de quem esteja no governo do estado." O novo decreto deverá ser assinado nos próximos dias, após a averiguação da lista de policiais que atuam no Gaeco.

Publicidade

De acordo com o secretário de segurança pública, o decreto n.º 34 viabiliza a elaboração de um diagnóstico da situação de recursos humanos do estado. Segundo ele, a determinação continua valendo para outras instituições. "Não é possível que diante de uma distorção histórica de falta de efetivo na Polícia Civil e Militar estejamos nos dando ao luxo de abrir mão de profissionais de segurança pública", afirmou César. A análise preliminar dos policiais lotados em outras unidades mostrou que há mais de 300 policiais militares em atividades fora do campo operacional.

* * * * *

Perfil

Entenda como é o trabalho do Gaeco:

O que é:

Publicidade

> Constituído em 1994, com o nome de Promotoria de Investigação Criminal (PIC) e atribuições na área criminal, em 1997, ampliou sua atuação no combate ao crime organizado e no controle externo da atividade policial. Hoje, atua em Curitiba, Londrina, Foz do Iguaçu, Cascavel, Guarapuava, Guaíra e Maringá.

Balanço em 2010:

> Denúncias oferecidas: 84

> Denunciados: 511

> Policiais militares denunciados: 21

Publicidade

> Policiais civis denunciados: 43

> Outros servidores públicos denunciados: 45

> Prisões em flagrante: 102

Grandes ações em 2010:

> Investigação de um esquema de desvio de R$ 100 milhões na Assembleia Legislativa, revelada pela série de reportagens Diários Secretos;

Publicidade

> Operações Maresia I e II, que prenderam 35 pessoas, entre elas cinco policiais, suspeitos de envolvimento com o tráfico da Vila das Torres;

> Prisão do vereador Denílson Pires (DEM), ex-presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores, e outras duas pessoas, por suspeita de desvio de dinheiro da entidade e formação de quadrilha.