Em abril, a Gazeta do Povo mostrou que um memorando interno da Polícia Militar estabeleceu censura prévia do uso de aplicativos como o WhatsApp por parte dos PMs. Alguns agentes chegaram a responder a sindicâncias, acusados de terem se manifestado em redes sociais em assuntos pertinentes à corporação. Em outros casos, PMs foram perseguidos por terem tatuagens. Para especialistas, essas perseguições são respaldadas pelo Regulamento Disciplinar do Exército (RDE).
“O RDE é um instrumento arcaico, usado de forma discricionária por qualquer pessoa que esteja acima de um subordinado na hierarquia policial. Em vez de resolver problemas da corporação, promove uma desorganização e abre brechas para arbitrariedades”, diz o sociólogo Pedro Bodê.
Um dos casos é o do presidente da União Paranaense do Corpo de Bombeiros, Henri Frâncis, que responde a dois Inquéritos Policiais Militares acusado de ter postado críticas à corporação no Facebook. Um dos procedimentos tem previsão de ouvir mais de 200 testemunhas. “Pelo fato de o perfil ser da associação, eles [o comando da PM] partiram do pressuposto que fui eu quem fez as postagens.”
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