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A delegacia de Santo Antônio da Platina foi destruída no mês passado | Aguinaldo Vila Boas
A delegacia de Santo Antônio da Platina foi destruída no mês passado| Foto: Aguinaldo Vila Boas

Curitiba e Santo Antônio da Platina - O Sindicato das Classes Policiais Civis do Paraná (Sinclapol) vai denunciar hoje ao Ministério Público do Paraná e à Corre­gedoria da Polícia Civil três unidades que estão mantendo policiais civis em desvio de função – atuando na carceragem e no transporte de presos. A ação faz parte da operação-padrão, iniciada na semana passada, para fazer com que os policiais façam apenas trabalhos determinados pelo estatuto da categoria. Na semana passada o Sinclapol pediu a interdição da delegacia de Santo Antônio da Platina, no Norte Pioneiro, destruída durante uma rebelião no mês passado.

Segundo o Sinclapol, o Centro de Triagem de Curitiba, uma delegacia em Londrina e uma em Uraí serão denunciadas ao MP. Um levantamento que está sendo concluído vai apontar outras delegacias do estado onde há policiais em desvio de função. O sindicato vai pedir que os delegados responsáveis pelas unidades sejam responsabilizados administrativamente. Na semana passada, o comando de greve notificou as 21 subdivisões da Polícia Civil. De acordo com o Sinclapol, a adesão é superior a 80%.

"Vamos criar condições para pôr em prática a operação, com coerência e responsabilidade. É claro que o policial não vai abandonar a carceragem se não tiver outra pessoa para assumir o posto. Mas a ideia é que profissionais qualificados atuem na função", disse o presidente do Sinclapol, André Gutierrez. Segundo ele, vários delegados já estão requerendo auxiliares de carceragem.

Interdição

O pedido de interdição da 38.º Delegacia Regional de Santo Antônio da Platina foi entregue na semana passada por representantes do Sinclapol e do Sindicato dos Policiais Civis de Londrina e Região (Sindipol) ao promotor Leônidas da Silva Neto. A unidade foi destruída durante uma rebelião no começo do mês passado. Havia 118 detentos onde só cabem 32. A recepção e as salas dos escrivães e da superintendência foram incendiadas; 50 presos fugiram.

"O local é insalubre. Não há qualquer possibilidade de uma pessoa desenvolver suas funções sem correr riscos", diz o presidente do Sindipol, Ademilson Alves Batista. Mesmo destruída, a carceragem continuou com 12 presos. Hoje são cerca de 90 homens e mulheres divididos em duas alas. Ainda não há prazo para o MP analisar o pedido. Se o parecer não for favorável, os sindicatos pretendem formular uma ação civil pública e pedir a interdição.

Colaborou Ari Silveira

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