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Na “operação sem padrão” da PF, em Foz do Iguaçu, agentes ataram as mãos em protesto | Roger Meireles/Gazeta do Iguaçu
Na “operação sem padrão” da PF, em Foz do Iguaçu, agentes ataram as mãos em protesto| Foto: Roger Meireles/Gazeta do Iguaçu

Paraná

Protestos na fronteira têm fiscalização zero

Fabiula Wurmeister, da sucursal

Policiais federais lotados em Foz do Iguaçu, no Oeste do estado, aderiram ontem ao movimento nacional da categoria e promovem a chamada "operação sem padrão". Ainda pela manhã, um grupo de agentes concentrado na Ponte Internacional da Amizade, entre o Brasil e o Paraguai, ataram as mãos em sinal de protesto à falta de acordo com o governo federal e à decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que considerou a greve ilegal por restringir a livre circulação de pessoas.

Ao contrário das operações-padrão, durante as quais a fiscalização em portos, aeroportos e fronteiras é reforçada, a mobilização desta semana afrouxou o controle nos principais pontos de entrada e saída do país. Desde o início da manhã, pessoas e veículos estão passando livremente. Na delegacia os serviços internos estão praticamente parados. "Ilegal é proibir as polícias de desempenhar o seu papel", rebateu a presidente do Sindicato dos Policiais Federais de Foz do Iguaçu, Bibiana Orsi, ao criticar a posição do STJ.

Redução de efetivo

Com a adesão à greve pelos servidores da Polícia Rodoviária Federal ontem, os postos de fiscalização na BR-277, em Santa Terezinha de Itaipu, e na cabeceira da Ponte da Amizade tiveram uma redução de efetivo de plantão, de acordo com o presidente local do sindicato da categoria, Paulo Mileski. Os patrulheiros deverão atender apenas as ocorrências envolvendo acidentes graves e com vítimas. As emissões de documentos, de laudos sobre acidentes de trânsito e de autos de infração estão suspensas.

A Polícia Rodoviária Federal deu início ontem a uma greve nacional para pressionar o governo a atender às demandas da categoria – entre elas reajuste salarial e pagamento de adicional noturno. De acordo com a Federação Nacional da Polícia Rodoviária Federal (FenaPRF), essa é a primeira paralisação unificada da categoria.

Segundo a FenaPRF, ao menos nove unidades da federação já participam da greve. São elas: Bahia, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Pernambuco, Piauí, Paraíba e Rio Grande do Sul. A expectativa é de que todos os estados sejam afetados até quinta-feira, quando a categoria se reúne com o Ministério do Planejamento.

A orientação é para que os policiais atendam somente chamados urgentes: acidentes com vítimas, desobstrução de vias e crimes em flagrante.

Neste mês, a categoria trabalhou em operação padrão, mas o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu proibir o procedimento.

As reivindicações da categoria são: reajuste salarial, reconhecimento do nível superior para o cargo de PRF, pagamento de adicional noturno e insalubridade e reestruturação da carreira.

"Estamos com uma falta de estrutura total, e a carreira não está ficando atrativa", critica o presidente da federação, Pedro Cavalcanti, para quem a greve é resultado da "falta de capacidade" do governo em negociar.

O governo federal já informou que os aumentos aos grevistas serão limitados a 15,8% em três anos.

A greve da PRF se soma a outros órgãos do funcionalismo que já estão em greve, como a Polícia Federal, a Receita Federal, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e os professores e técnicos-administrativos das universidades federais.

O movimento grevista dos servidores públicos afeta, em potencial, mais de 60% do quadro de trabalhadores do Poder Executivo federal.

UnB

Ontem, no retorno às aulas na Universidade de Brasília (UnB), um grupo de docentes pediu nova assembleia para decidir se voltam às aulas.

Eles alegam que o fim da greve foi confirmado em assembleia da associação dos docentes – na última sexta-feira – cuja pauta não previa a discussão do tema.

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