Atualizado em 12/05/2006 às 19h30
Quatro policiais militares são acusados de espancar até a morte o DJ Cleverson Guimarães Pinheiro, 26 anos, na noite de quinta-feira (11) no bairro Pilarzinho, em Curitiba. A Polícia Militar já afastou os policias, que deverão cumprir apenas trabalhos internos enquanto houver investigações.
Um Inquérito Policial Militar (IPM) foi aberto para apurar o que realmente aconteceu na noite passada. Os policiais afirmam em sua defesa que a vítima fugiu ao ser abordada. Eles perseguiram Pinheiro até uma residência entre as ruas Raposo Tavares e Vinte Cinco de Abril, pois acreditavam que o mesmo portasse drogas. Lá, agrediram a vítima e chamaram o Siate, que teria feito o atendimento.
A família, porém, conta que os policiais invadiram a residência, por volta das 22h, sem apresentar nenhum mandado judicial. Os familiares estavam assistindo televisão quando tiveram, por ordem dos invasores, que se deitar no chão. Pinheiro foi levado até um dos quartos da casa, onde morreu após ser espancado.
A mulher de Pinheiro contou que a última vez que o viu respirando ele estava com um saco plástico na cabeça. "Amanhã é aniversário do meu filho e o presente será o enterro do pai dele", desabafou a mulher em entrevista ao ParanáTV.
O IPM deve ser concluído em até 45 dias, quando deve apurar a real culpa dos acusados. Um laudo realizado pelo Instituto Médico legal (IML) foi solicitado para que mostre a causa da morte do jovem. Com Pinheiro, foram encontrados cerca de 200 gramas de maconha e cocaína. Os policiais estavam armados quando invadiram a casa.
Reação
Os moradores do Pilarzinho ficaram revoltados com a violenta ação da Polícia Militar. Na tarde desta sexta-feira, eles fecharam ruas e queimaram pneus em protesto.
Em resposta aos protestos, o secretário da Segurança Pública do Paraná, Luiz Fernando Delazari, divulgou uma nota na Agência Estadual de Notícias (AEN) pedindo para que a Polícia Militar aja com o máximo de rigor na apuração do caso. O coronel Avelino José Novakoski, comandante do Comando do Policiamento da Capital (CPC), informou, na mesma nota, que não haverá protecionismo durante o transcorrer das investigações.
O coronel também explicou que convidou a esposa da vítima para que acompanhe pessoalmente as apurações, ou, caso prefira, através de advogado ou de outro familiar.
Veja o depoimento de familiares e amigos na reportagem em vídeo do ParanáTV
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