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Rio – A polícia prendeu ontem o inspetor da Polícia Civil Sérgio Albuquerque, de 49 anos, acusado de avisar traficantes da Favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, sobre a megaoperação na semana passada para estourar um depósito de armas e drogas. Na ação delatada, os policiais acharam só uma casa vazia.

Lotado na 12.ª Delegacia de Polícia, em Copacabana, Albuquerque foi preso em seu apartamento, onde a polícia apreendeu duas armas, munições, uma trouxinha de maconha, cinco celulares, dois computadores e dezenas de CDs. O inspetor, que é dono de uma empresa de empréstimo de dinheiro na favela, negou as acusações. Ele foi indiciado por associação para o tráfico de drogas, cuja pena máxima é de seis anos.

Escutas telefônicas entre o policial e traficantes da Rocinha revelam que dias antes da ação policial o traficante Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, de 25 anos, um dos chefes do tráfico na favela, perguntou ao inspetor se ocorreria "o futebol dos azuis" se referindo à operação. O inspetor responde que ainda não sabia. "Vou dar uma olhadinha. Mas fica alerta. Eu avisei!", disse Albuquerque ao traficante. Segundo o delegado titular da Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis, Ronaldo Oliveira, a voz do inspetor foi identificada no dia da operação no celular grampeado do traficante. Albuquerque é policial há quatro anos e ligado ao tráfico há sete meses, segundo a polícia.

O vazamento da operação policial a traficantes irritou o secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame. Ontem, Beltrame não descartou a hipótese de o tráfico ter outros informantes na polícia. "Porém, as investigações estão adiantadas e já estamos perto deles", garantiu.

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