O tenente da Polícia Militar (PM) Marcos Antônio da Silva, 32 anos, sabe que a qualquer momento pode entrar numa situação de alto risco. Integrante do Comando de Operações Especiais (COE), Marcos é um dos seis negociadores em crise da PM – função a qual tenta solucionar situações extremas por meio da conversa, como seqüestros, rebeliões em presídios ou tentativas de suicídio.

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Para ocupar o cargo, mais do que estar bem fisicamente, o policial deve estar plenamente são mentalmente. Isso mesmo diante das pressões desumanas a que é submetido nas operações, em que qualquer erro pode ser fatal. "A saúde mental é fundamental. Por isso o acompanhamento psicológico oferecido pela PM é essencial, fazendo com que a gente não exploda", ressalta o policial, que também faz o curso de Psicologia na Pontifícia Universidade Católica do Paraná.

Num dos casos em que o acompanhamento psicológico o auxiliou, Marcos lembra-se da única vez em que não conseguiu êxito nos dois anos em que está na função. Em 2003, após assassinar a noiva e a sogra, um homem se suicidou em Colombo. "É difícil. Você vê o sujeito a sete metros de distância e de repente ele dá um tiro na cabeça", exemplifica.

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Nas operações, Marcos tem noção do limite de seu organismo. Mesmo com dificuldade, ele sempre tenta dormir um pouco quando outro companheiro assume sua função. "O descanso é necessário, senão podemos comprometer o trabalho", argumenta, revelando que ouve músicas "lights" para dormir melhor. (MXV)