Foz do Iguaçu Investigações que duraram quatro meses levaram à prisão cinco supostos integrantes de uma quadrilha de seqüestradores que agia na região de Foz do Iguaçu. Entre os acusados está o policial militar Lúcio Mauro Castanho Gonçalves, 34 anos, que até pouco tempo atuava na Promotoria de Investigações Criminais (PIC), do Ministério Público do Paraná. O grupo foi detido no sábado por policiais civis do Grupo Tigre.
No Jardim Lancaster foram presos, em casas diferentes, Jony Clever Acosta, 32 anos, e Marcelo Eduardo Rodrigues, 27. Luciano Dias Maris, 27, e Francisco de Assis dos Santos, 31, foram surpreendidos na mesma residência. Segundo a polícia, o bando que antes praticava assaltos a ônibus e a vans de sacoleiros tem ligações com outros criminosos, inclusive no Paraguai. De acordo com o delegado Riad Farhat, contra o grupo pesa a autoria de três seqüestros um em outubro de 2006, outro em fevereiro deste ano e o último em março , todos na fronteira. As vítimas, todos empresários, foram libertadas antes do pagamento dos resgates.
Segundo o delegado, o policial preso (que atualmente cumpria serviço no pelotão de elite da Polícia Militar, em Foz) era responsável pelas interceptações telefônicas de pessoas investigadas pela PIC. Castanho, conforme Farhat, informava o grupo sobre os movimentos da polícia. "Além de orientar a quadrilha sobre como falar ao telefone, o soldado informava se ela era alvo de investigação ou não", comenta. Com um telefonema, Castanho chegou a impedir o Grupo Tigre de prender o bando em flagrante. "Ele estava na PIC na época. Ao saber sobre a nossa presença, avisou a quadrilha, que cancelou um seqüestro."