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Um policial foi feito refém e espancado por presos durante uma rebelião, ontem, na Delegacia de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. O objetivo do motim era conseguir a transferência de alguns detentos para outras unidades prisionais. Após três horas de negociação com o grupo Tigre (Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial) e o Cope (Centro de Operações Policiais Especiais), o investigador Wellington José Dutra Nunes, 28 anos, foi libertado. Em troca, 32 dos 65 detentos foram transferidos da cadeia, cuja capacidade é para 16 pessoas.

Nunes foi rendido quando fazia a contagem dos presos de uma das galerias do distrito, por volta das 9h30. Os detentos roubaram o salário do investigador e ameaçaram matá-lo caso não fossem transferidos. Eles arrebentaram as grades das celas e tentaram cavar um túnel para fugir. O motim só terminou com as transferências. A galeria onde a rebelião aconteceu foi interditada. Após ser socorrido, o policial Nunes fez exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal. Ele tem suspeita de fratura no nariz. Abalado, Nunes não quis conceder entrevista.

Dos R$ 850 roubados pelos presos, R$ 510 foram recuperados. Parentes dos detentos alegam terem sido obrigados pela polícia a pagar o restante do dinheiro para garantir as transferências de presos. O delegado de Pinhais, Gerson Machado, negou as acusações e disse que os R$ 340 restantes não foram recuperados porque "alguns presos engoliram o dinheiro".

A última rebelião naquela delegacia aconteceu no dia 30 de março, quando seis adolescentes que estavam presos na cadeia foram feitos reféns. Na época, 93 detentos ocupavam a carceragem – 41 foram removidos para outras unidades prisionais. Para o delegado Machado, a rebelião de ontem não será a última enquanto o problema da superlotação persistir. "Ficamos o dia todo tomando conta de presos e o trabalho de investigação acaba prejudicado", disse.

Noroeste

Na região Noroeste do estado, 17 presos fugiram da cadeia de Nova Esperança (a 40 quilômetros de Maringá), ontem à tarde. Eles renderam o único policial que cuidava da cadeia, abriram as celas e arrombaram uma sala, levando armas – inclusive uma metralhadora – munição e telefones celulares apreendidos. Dois fugitivos foram capturados. A cadeia tem capacidade para 16 presos e contava com 49 no momento da fuga.

A Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que vai investir, neste ano, R$ 12 milhões na construção, ampliação e reformas de delegacias. Também serão construídas, segundo a secretaria, 10 novas unidades prisionais com capacidade para oito mil detentos, o que deve desafogar as cadeias públicas do estado.

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