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Vídeo:| Foto: RPC TV

Jacarezinho – O soldado da Polícia Militar (PM) Maurício Andrade foi flagrado, no último sábado, fazendo filmagens no acampamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), na divisa entre as fazendas Laranjal e Itapema, em Jacarezinho, no Norte Pioneiro. O soldado é um dos 12 policiais acusados de formar uma milícia armada para defender fazendeiros da região contra invasões dos sem-terra na região. Para a coordenação regional do MST, a atitude do policial é uma forma de intimidar as cerca de cem famílias que estão acampadas na região e que denunciaram a conduta dos policiais. Segundo o MST, até tiros estariam sendo disparados para amedrontar as famílias.

Nas fotos e filmagens, feitas pelos próprios sem-terra, o policial aparece dentro de um veículo Gol, acompanhado de mais um homem que conduz o veículo, fazendo imagens de barracos e dos sem-terra que estão na margem da estrada.

Apesar das imagens, o comandante do 2.º Batalhão da PM de Jacarezinho, onde os policiais estão lotados, major Ayrton Sérgio Diniz, disse ontem que a investigação interna, feita pela própria PM para averiguar a participação de policiais na segurança de propriedades rurais da região, concluiu que não existe formação de milícia e nenhuma irregularidade na conduta dos policiais. Segundo o comandante, os PMs nunca fizeram a segurança das fazendas Laranjal e Itapema.

Sobre o flagrante, o comandante da PM disse que Andrade é amigo do administrador de uma das propriedades. "O fato de o policial ser amigo do administrador da fazenda não quer dizer nada. Se o policial quiser ir à fazenda ninguém pode impedi-lo. É um direito que ele tem", disse. Outros três policiais militares foram identificados ontem, acusados de fazer a segurança nas fazendas desde fevereiro: Valdir Medeiros da Rosa, Antônio Carlos da Silva e Édson Alves, que estaria na reserva.

Major Diniz aponta falhas na acusação dos sem-terra, como o fato de não terem como identificar o dia e a hora em que os disparos foram feitos. "Estamos aqui abertos para ouvir os sem-terra, mas eles nunca nos procuraram, nem mesmo para denunciar os policiais", afirmou.

Inquérito

O delegado-chefe da 12.ª Subdivisão Policial de Jacarezinho, João Eduardo Carulla, confirmou que abriu inquérito policial para investigar o caso. Porém, ele ainda não ouviu nenhum dos acusados e afirmou que são apenas quatro e não 12 os policiais suspeitos. No entanto, o delegado se antecipou à investigação e garantiu que em Jacarezinho não existem policiais fazendo a segurança armada de fazendeiros. "Na minha cidade não tem isso (a segurança em propriedades rurais) não", garantiu. Segundo o delegado, não há previsão para concluir o inquérito.

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