Policial preso salvou crianças de incêndio em orfanato

No dia 28 de julho de 2010, o soldado Wilson Esperança Júnior atuou no salvamentos de crianças que estavam internadas em um orfanato que pegou fogo, em Almirante Tamandaré. Na ocasião, acompanhado de outro policial, Esperança Júnior arrombou uma porta lateral e entrou no prédio em chamas, tirando os internos do prédio. Uma criança de um ano de idade morreu carbonizada. Uma mulher que trabalhava na instituição inalou fumaça e morreu horas depois no hospital.

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O policial militar Wilson Esperança Júnior, de 38 anos, foi preso pela Polícia Civil, na manhã desta quinta-feira (6), acusado de integrar uma quadrilha especializada em assaltos a bancos e arrombamentos de caixas eletrônicos. A participação do PM no grupo foi revelada por escutas telefônicas feitas pela polícia ao longo de mais de seis meses de investigação. Na mesma operação, uma mulher foi detida e equipamentos que seriam usados em arrombamentos e dinheiro foram apreendidos.

O mandado de prisão temporária contra Esperança Júnior havia sido expedido nesta semana pela Justiça da Comarca de Almirante Tamandaré, região metropolitana, cidade na qual o policial estava lotado. De acordo com o investigador Marcos Antonio Gogola, o PM era responsável por repassar à quadrilha informações detalhadas sobre a logística de segurança dos bancos que o grupo pretendia assaltar. Além disso, o acusado apontava os horários em que haveria menos viaturas nessas áreas, definindo a melhor data para que os crimes fossem cometidos.

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"O acusado fazia uma varredura do local, observando número de vigilantes, posicionamento de caixas e horários internos. Como ia fardado aos bancos, acabava não levantando suspeitas", disse o investigador.

A polícia começou a investigar a atuação da quadrilha em junho de 2010, quando o grupo assaltou uma agência do Banco do Brasil, em Almirante Tamandaré depois de render um vigia. Ao longo desses seis meses, as investigações incluíram escutas telefônicas que, segundo a polícia, comprovaram a participação do PM. "As conversas apontam que o policial militar chegou a desviar um radiocomunicador da PM para a quadrilha", contou Gogola.

A Gazeta do Povo aguarda um posicionamento da Polícia Militar sobre a prisão. Esperança Júnior seria transferido ainda nesta quinta para o quartel da PM, em Curitiba, mas esta informação não foi confirmada.Maçarico e dinheiro

Além da prisão de Esperança Júnior, a polícia também cumpriu um mandado de prisão temporária contra Cleide de Moura Lourenço, de 38 anos. Na casa dela, em Pinhais, região metropolitana, foi encontrado um maçarico e uma broca com suporte, equipamentos que teriam sido usados em arrombamentos praticados pelo grupo. Em outra residência, os policiais localizaram mais de R$ 4,7 mil, que seria fruto das ações criminosas do bando. No total, oito mandados de busca e apreensão foram cumpridos.

As investigações revelam que a quadrilha possui diversas ramificações na capital e em municípios da região metropolitana e que chegou a contar com mais de 20 integrantes. Segundo a polícia, parte do grupo chegou a ser preso pelo Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) em outubro do ano passado. "Foi um trabalho intenso. Foram horas e horas de escutas telefônicas, em que ouvimos conversas de dezenas de pessoas", disse Gogola. Com as prisões, a polícia espera chegar a outros integrantes do grupo.

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Esperança Júnior e Cleide devem ficar presos pelos próximos cinco dias, mas a delegada responsável pelas investigações, Gisele Mara Durigan, pode pedir a prorrogação do prazo. Se a Justiça decretar a prisão preventiva dos acusados, eles podem continuar detidos até o julgamento.