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investigação

Policial fazia a segurança de “mansão-cassino”

Casa de jogo ilegal funcionava no bairro Parolin, em Curitiba | Anderson Tosato/Arquivo/Tribuna do Paraná
Casa de jogo ilegal funcionava no bairro Parolin, em Curitiba (Foto: Anderson Tosato/Arquivo/Tribuna do Paraná)

Um dos investigadores presos temporariamente na terça-feira é apontado como responsável pela segurança da chamada "mansão-cassino", um casarão localizado no bairro Parolin, em Curitiba, onde se exploravam jogos de azar supostamente com a conivência da polícia. Em entrevista à Gazeta do Povo, agentes que invadiram a casa de jogos em janeiro do ano passado afirmaram que o policial detido chegou a tentar impedir a ação, mencionando o nome do então delegado-geral Marcus Vinícius Michelotto, que comandava a Polícia Civil do Paraná. Michelotto também está preso temporariamente, a partir da operação deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) para coibir o jogo ilegal.

"Estouramos a ‘mansão-cassino’ e encontramos este policial na porta interna. A primeira coisa que ele falou foi: ‘parem, esta casa é do Michelotto", disse o policial, uma das testemunhas do Gaeco. "Ele estava com uma viatura descaracterizada na casa. Como tinha o controle do portão, conseguiu fugir", relatou outro agente.

Pouco depois, um dos policiais recebeu uma ligação telefônica, em que foi ameaçado de morte. O investigador detido trabalhou diretamente com Michelotto em pelo menos duas delegacias. De acordo com os agentes, ele se apresentava como "compadre" e "homem de confiança" do ex-delegado-geral. "Era ele quem fazia a segurança [do cassino] e quem fazia a coleta [dinheiro] de forma segura", apontou um dos policiais. Os agentes que participaram da invasão à "mansão-cassino" depuseram formalmente no Gaeco.

Outro lado

O advogado Rodrigo Sán­chez Rios, que compõe a defesa de Michelotto, refuta qualquer relação do ex-delegado-geral com o investigador preso e com a "mansão-cassino". O defensor ressalta que, em outra investigação, o delegado foi ouvido pelo Gaeco e deixou claro aos promotores que não mantinha vínculos com a casa de jogos e com o policial em questão.

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