O policial militar que disparou contra um cão, que acabou morrendo após atendimento em hospital veterinário na madrugada do último dia 10 em Curitiba, não será afastado das ruas. Por telefone, a assessoria de imprensa da Polícia Militar do Paraná informa que uma sindicância irá apurar a conduta do policial. O trâmite deve levar, no mínimo, 20 dias.
Grupo agenda protesto contra policial que disparou e matou cachorra em Curitiba
Leia a matéria completaO caso ocorreu no bairro Batel quando tropas de policiais abordaram alguns moradores de rua que ocupavam uma calçada na Avenida Sete de Setembro. Logo depois, um policial empurra um dos moradores, e a cadela, que cuidava dos filhotes, se assusta.
Na tentativa de proteger os filhotes, Polaca, como era chamada pelos moradores de rua, agiu por instinto e tentou avançar em um dos policiais, que, então,atirou contra o bicho. Polaca morreu durante cirurgia, por volta do meio-dia de domingo.
Último recurso
O coordenador do Centro de Estudos da Violência e Direitos Humanos da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Pedro Bodê, alerta que um policial só poder tirar a vida de um ser humano ou de um animal em extrema necessidade. “Matar deve ser o último recurso. Se isso não é seguido a risca pode demonstrar um despreparo ou um preparo equivocado”, afirma.
Além disso, Bodê afirma que a própria abordagem aos moradores de rua pode ser questionável. “A revista ‘geral’, como é conhecida, só pode ser feita a partir de uma causa provável de crime. O problema é que pobre, e morador de rua mais ainda é sempre visto dessa maneira”, ressalta.
Nesta segunda, a PM informou, por meio da assessoria de imprensa, que “qualquer pessoa, por lei, pode ser abordada a qualquer momento” e que a ação que resultou na morte do cão pode ter sido parte de uma “patrulha de rotina”, como as feitas para coibir tráfico de drogas.
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