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Agentes da Polícia Federal interditam madeireira do prefeito de General Carneiro, Ivanor Dacheri | Henry Milléo/Gazeta do Povo
Agentes da Polícia Federal interditam madeireira do prefeito de General Carneiro, Ivanor Dacheri| Foto: Henry Milléo/Gazeta do Povo

Empresas reclamam de ação

Além de cumprir seis mandados de prisão temporária de políticos e madeireiros por suspeita de crime ambiental, a operação Angustifolia culminou no embargo de 16 empresas, sendo 15 delas na região Centro-Sul do Paraná e uma na capital paulista. O advogado Roberto Machado Filho, que representa quatro empresas embargadas, calcula que o prejuízo em apenas uma delas será de R$ 500 mil por dia. Para Machado, a interdição foi um absurdo. "Para que os fiscais pudessem entrar nas empresas era preciso interditá-las?", questiona.

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General Carneiro - O prefeito de General Carneiro, Ivanor Dacheri; o presidente da Câmara Municipal, José Claudio Maciel, e o vice-prefeito de Coronel Domingos Soares, Volnei Barbieri, além de três empresários foram presos ontem, acusados de comandarem um esquema de desmatamento na Região Centro-Sul do Paraná. As ações fazem parte da operação Angustifolia, que concentra duas centenas de agentes da Polícia Federal e do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) há dez dias em 14 cidades paranaenses. Em março, uma série de reportagens publicada pela Gazeta do Povo apresentou o caso de desmatamento sistêmico na região e em particular a articulação de forças políticas para dar suporte a ações irregulares.

As prisões aconteceram, simultaneamente, no início da manhã de ontem em seis cidades do Paraná e na capital paulista. O prefeito de Bituruna, Remi Ranssolin, não foi localizado em casa e já é considerado, depois de um dia de buscas, como foragido. Os presos teriam cometido, na avaliação da PF, 15 tipos de delitos – entre ambientais, penais e financeiros – que poderão somar várias dezenas de anos de prisão. Entre os crimes estão formação de quadrilha, falsificação de documentos, corrupção e desmate irregular. A próxima fase é a análise de toda a documentação apreendida.

A operação foi integrada também por auditores da Receita Federal, que recolheram notas fiscais e computadores para avaliar se há casos de sonegação fiscal, enriquecimento ilícito, caixa 2 e outras irregularidades. O laudo deve ser apresentado em 45 dias. Também equipes do Ministério Público do Trabalho estão acompanhando a força-tarefa para analisar a regularidade na contratação de funcionários. Três armas, sem porte legal, foram localizadas durante a operação.

Juntos, os dois prefeitos e o vice, que são madeireiros, já foram autuados em mais de R$ 1 milhão por danos ambientais. Em comum, eles clamaram, nos últimos meses, para que as fiscalizações fossem minimizadas. O argumento dos três políticos é de que as cidades dependem economicamente do setor madeireiro. O delegado-chefe de repressão aos crimes ambientais da Polícia Federal, Rubens Lopes da Silva, conta que durante os depoimentos ontem eles não demonstraram arrependimento e disseram que o que fazem não é crime.

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