Corredor de rua tem mais propensão a problemas respiratórios| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Praticar corrida em ruas movimentadas das grandes cidades, na presença de poluentes e de altas temperaturas, pode prejudicar atletas e amadores. A poluição por ozônio, associada ao calor e à umidade, leva a uma queda de performance dos corredores, além de resultar em danos precoces na mucosa que reveste todo o trato respiratório.

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A conclusão é de uma pesquisa apresentada no mês passado no I Simpósio Brasileiro de Imunologia do Esporte, na Universidade Federal de São Paulo (Uni­­fesp). Os resultados levaram a uma segunda pesquisa, que concluiu que suplementação com vitaminas C e E, por seu caráter antioxidante, pode minimizar o impacto da poluição na saúde e na performance dos atletas. Estes são mais afetados porque, ao correr, inspiram um volume de ar maior.

Participaram da pesquisa 10 atletas profissionais que se submeteram a corridas de 8 quilômetros na esteira em câmaras que simulavam condições climáticas distintas.

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A corrida no ambiente poluído por ozônio trouxe piora no tempo dos atletas – uma média de 10%. Os batimentos cardíacos também aumentaram sob a influência da poluição e houve dano inflamatório no revestimento do trato respiratório.

A médica Rica Buchler explica que os gases presentes na poluição competem com o oxigênio no sangue. Isso torna o atleta mais propenso à hipertensão, ao enfarte e ao acidente vascular cerebral (AVC).

Pablius Braga, coordenador do Centro de Medicina do Esporte do Hospital 9 de Julho, afirma que a repetição da corrida em ambientes poluídos pode tornar o atleta mais suscetível principalmente a problemas respiratórios, por causa do ressecamento das vias aéreas.