| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostra que 12,6 milhões de pessoas morrem a cada ano por causa da poluição. No relatório “Prevenção da doença através de ambientes saudáveis: uma avaliação global dos riscos ambientais”, a poluição do ar, da água e do solo, a exposição a produtos químicos e até as mudanças climáticas são apontados como elementos que contribuem para a ampliação das mortes causadas por doenças não transmissíveis.

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“Se os países não tomarem medidas para tornar saudáveis os ambientes onde as pessoas vivem e trabalham, milhões continuarão a ficar doentes e morrer ainda muito jovens”, alertou no início desta semana a diretora-geral da OMS, Margareth Chan.

Na mesma linha, a pesquisadora Maria Neira, diretora do Departamento de Saúde Pública e Ambiental da OMS, afirma que é preciso que os países façam investimentos para reduzir os riscos ambientais. “Tais investimentos podem reduzir significativamente, em todo o mundo, a carga crescente de doenças cardiovasculares e respiratórias, lesões e cânceres”, disse.

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A poluição do ar, que inclui a exposição à fumaça de cigarro, é o que mais preocupa. Segundo o estudo, são 8,2 milhões de mortes por ano causadas por esse fator. Entre as doenças relacionadas ao ar poluído estão as cardiopatias, alguns tipos de câncer e doenças respiratórias crônicas.

Material particulado

Um dos inimigos é o chamado material particulado. Esse tipo de material é resultado, principalmente, da queima de combustíveis fósseis. De acordo com a OMS, a exposição diária máxima aceitável a esse poluidor é de até 10 microgramas por metro de cúbico de ar. Mas em muitas cidades do mundo o nível de concentração fica acima disso.

Na região do Aeroporto de Congonhas (SP), por exemplo, a média de concentração desse material na tarde desta quinta-feira (17) era de 30 mictogramas por metro cúbico de ar, segundo monitoramento da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo. Na média das últimas 24 horas, a concentração era de 24 microgramas por metro de cúbico de ar. Esse nível de concentração já é prejudicial a saúde e está relacionado, por exemplo, ao aumento de internações de idosos devido a problemas respiratórios.

O que torna o material particulado tão perigoso é o tamanho das partículas que o formam. Inferiores a 10 micrômetros, essas partículas vencem as barreiras respiratórias e atingem os alvéolos pulmonares. Além disso, junto com o dióxido de carbono, o material particulado também está relacionado ao aumento da pressão sanguínea e à arritmia cardíaca, outras duas importantes causas de mortes prematuras no mundo.

Grupos

Segundo o relatório da OMS, crianças com menos de 5 anos e adultos entre 50 e 75 anos são os grupos mais impactados pela poluição. Estima-se que a morte de 1,7 milhão de crianças e de 4,9 milhões de adultos poderiam ser evitadas a cada ano se houvesse uma melhor gestão do ambiente.

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As crianças são particularmente prejudicadas pela poluição da água. Embora a melhora nas qualidades de saneamento tenha feito reduzir as mortes por doenças infecciosas, os menores de cinco anos ainda sofrem com infecções causadas por águas contaminadas. Por ano, 846 mil pessoas morrem em todo o mundo devido às chamadas doenças diarreicas.

O relatório da OMS também mostra que a população de países de baixa e média renda localizados no Sudeste da Ásia e no Oeste do Pacífico foi a que mais sofreu os impactos da poluição na saúde. Segundo o levantamento, nessas regiões se registra 7,3 milhões de mortes relacionadas à poluição a cada ano. A maior parte delas devido à baixa qualidade do ar.