Com uma circulação média de 20 mil veículos e 15 mil pessoas por dia, a Ponte Internacional da Amizade que liga Foz do Iguaçu, no Brasil, a Ciudad del Este, no Paraguai tem marcas da ação do tempo, da natureza, dos vândalos e dos contrabandistas.
Por quase todos os seus 552 metros é difícil encontrar um ponto que não esteja danificado. São buracos na pista, grades de contenção pela metade, falta de grades de segurança, postes de luz arrancados, falta de sinalização, problemas de acessibilidade e o mato, que toma conta das duas cabeceiras.
O crescimento do número de turistas na fronteira e a incidência das chuvas agravam os problemas. São centenas de quilos de lixo acumulados nas passarelas e nos mirantes. Na opinião do presidente do Conselho Municipal de Turismo de Foz do Iguaçu (Comtur), Paulo Angeli, a Ponte da Amizade é um dos portais de entrada do segundo destino brasileiro mais procurado por estrangeiros, e deveria receber mais cuidados. "Além de corredor de integração entre os dois países, a Ponte da Amizade é um ponto turístico, que não pode ser tratado assim, sem cuidados com a imagem", argumenta.
O Comtur, conta Angeli, organizou no início de 2009 uma força-tarefa com arquitetos e engenheiros. "A análise foi encaminhada ao Ministério Público. Encontramos uma série de irregularidades", afirma. Os problemas da Ponte da Amizade são maiores para quem usa as passarelas, principalmente pela falta de segurança da estrutura, modificada pelos muambeiros para facilitar o contrabando de mercadorias e favorecer os furtos.
"Essa ponte está horrível, precisa urgente de uma reforma", diz o taxista paraguaio Ramon Arevalos, que atravessa o local pelo menos cinco vezes por dia. Para o mototaxista brasileiro Nelson Ramos, que faz 15 viagens por dia ao Paraguai, o grande problema é a falta de sinalização e de grades no parapeito. "Qualquer criança pode cair no rio. É muito perigoso", reclama.
Construída na década de 1960, a Ponte da Amizade teve sua única reforma no fim de 2001, quando foi totalmente pintada, grades de contenção foram fixadas e oito juntas de dilatação foram substituídas. A reforma durou 120 dias e custou R$ 435 mil. De acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), outra grande reforma está prevista para 2012, quando a segunda ponte ligando o Brasil ao Paraguai estiver concluída. Segundo o órgão, hoje seria impossível fechar a ponte para as obras necessárias.
Em relação ao lixo e ao matagal, o Dnit informa que existe uma empresa terceirizada que faz a limpeza duas vezes por semana.Sobre as grades de contenção entre a pista de rolamento e as passarelas, o órgão explica que nesse ano foi realizada uma licitação e as grades começaram a ser instaladas.
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