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A ponte sobre o rio São João, da ferrovia Curitiba-Paranaguá, que fica na Serra do Mar foi reinaugurada oficialmente nesta quinta-feira. Em 29 de julho do ano passado, um trem descarrilou no local e destrui parcialmente a ponte que foi inaugurada em 1880.

A reinauguração alegrou especialmente uma família, que faz, há 68 anos, intervenções de engenharia na ponte histórica. Desde quando tinha 15 anos, o engenheiro Raul Osório de Almeida, 58 anos, acompanhava o trabalho do pai e também engenheiro, Roberto de Almeida, na ponte do São João. A tarefa foi então passada para o irmão, depois para o sobrinho e agora assumida por Raul, que trabalha na Roca Engenharia – contratada pela concessionária de transportes América Latina Logística (ALL) para fazer a recuperação.

A principal dificuldade, na opinião do engenheiro, foi reforçar uma das pernas do arco, que fazia toda a sustentação da ponte – já que uma das torres havia caído. Após o acidente esta perna recebia a carga do vão da ponte (300 toneladas) e de mais 8 metros de vagões que ficaram pendurados após a queda. "A maior preocupação era garantir que a ponte não caísse", disse.

Para evitar maior comprometimento da estrutura e a queda da ponte, o engenheiro decidiu construir um reforço em torno da perna do arco que suportava o peso. A atitude tem gerado polêmica, e foi um dos pontos questionados no parecer contrário ao projeto de restauração da ALL emitido pela Secretaria de Estado da Cultura, em janeiro de 2005. "Eu não me arrependo do que fiz e faria tudo de novo deste jeito. Esta era a única solução para salvar a ponte", afirmou Raul Osório de Almeida.

A ponte sobre o Rio São João já permitia a passagem de trens 20 dias após o acidente. Depois foram iniciadas obras de restauração e recuperação. No total foram investidos R$ 6 milhões em obras que envolveram o trabalho de mais de 200 pessoas. Foram gastos ainda 127 toneladas de aço e 4 mil litros de tinta. A restauração utilizou aço diferente do original e solda no lugar de rebite na parte afetada pelo acidente. A ponte já havia passado por outras cinco grandes intervenções, o que já havia alterado algumas de suas características originais.

Técnica usada na reconstrução não agradou aos historiadores. Confira na reporgagem em vídeo

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