Foz do Iguaçu Moradores de Foz do Iguaçu iniciaram ontem um movimento na Praça da Paz, para chamar a atenção da sociedade para a falta de postos de trabalho na cidade. A iniciativa é liderada por laranjas, ou seja trabalhadores contratados por compristas para fazer a travessia de mercadorias na fronteira entre o Brasil e o Paraguai, sem o pagamento de impostos. Estima-se que pelo menos dois mil laranjas estejam parados e sem renda porque os sacoleiros pessoas que compram mercadorias para revendê-las estão deixando de ir ao Paraguai, por conta do aumento da fiscalização para que a cota de compras (US$ 300) seja respeitada.
Os manifestantes colocaram na praça cerca de 20 faixas com frases de impacto, reivindicando empregos e criticando o governo Lula e a corrupção. O movimento está sendo conduzido pela União dos Desempregados de Foz do Iguaçu, uma associação criada há 20 dias para tratar da problemática do desemprego. Pelo menos 40 mil trabalhadores sobrevivem de atividades informais em Foz do Iguaçu.
Líder da União dos Desempregados, o laranja Pedro Vidal, 50 anos, diz que a categoria esta à beira do desespero porque a maioria dos sacoleiros não está mais vindo a Foz do Iguaçu. "Prender os sacoleiros é matar o povo de fome", afirma. Vidal tem o perfil típico do trabalhador informal da fronteira: ex-barrageiro, ele atuou na construção de Itaipu, prestou serviços de pintor na cidade e atualmente sobrevive como laranja.
Os laranjas marcaram um protesto para o próximo domingo, no bairro Morumbi um dos mais populosos da cidade com 42 mil habitantes. A partir de hoje, eles pretendem espalhar faixas em outros pontos da cidade, inclusive na BR-277, e conseguir a adesão dos sacoleiros para estender o movimento, de caráter pacífico, a outros municípios brasileiros.
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