O centro da cidade de Franco da Rocha, na região metropolitana de São Paulo, que desde terça-feira (11) está tomado pelas águas, deve demorar para voltar à normalidade. O nível do Rio Juqueri ainda não baixou e os moradores e comerciantes têm receio que o volume de água liberado pela comporta da Represa Paiva Castro aumente novamente. Até esta quarta-feira (12) à noite, passavam pela comporta da barragem cerca de 80 mil metros cúbicos de água por segundo.
A possibilidade de aumento da vazão do Rio Juqueri à jusante da represa foi negada pelo superintendente de Produção de Água da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), Hélio Castro, que vistoriou o local durante a manhã. "Queremos, na verdade, diminuir [a vazão] cada vez mais. Estamos agora com 10 metros cúbicos por segundo e a ideia é chegar a 1 metro [cúbico/segundo]. Mas isso também depende do tempo. O que não podemos é deixar que a represa suba novamente. Estamos monitorando o nível da represa, do rio e a vazão que está sendo descarregada", disse.
Castro declarou que as chuvas intensas que caíram na região no fim da noite do dia 10 e na madrugada do dia 11 deixaram o reservatório com a capacidade máxima de armazenamento. "A represa estava ajudando a minimizar o problema. Mas a vazão do Rio Juqueri fez com que o nível da represa, que era de 46%, subisse para 96%. Em uma situação dessas não há outra coisa a fazer a não ser descarregamento [abertura das comportas para escoar a água da represa]". Se a água ultrapassasse o limite da barragem, as consequências poderiam ser, segundo ele, "catastróficas".
O aposentado Pedro Felix de Lima mora na cidade há 60 anos e, mesmo não tendo a casa atingida pela enchente, confessou a vontade de sair de Franco da Rocha. Ele contou que a filha e duas netas dele estão em casa sem poder trabalhar por causa da falta de transporte. "Aqui não tem solução, é uma bacia. Choveu na cabeceira, enche o rio aqui".
O pedreiro Antônio Pedro Monteiro deveria estar trabalhando na obra de uma nova estação de trem na cidade, mas o local está completamente inundado. Os operários são obrigados a ficar em casa. "Isso afeta toda a população, mas não há o que fazer, porque isso é água da represa. As pessoas culpam o prefeito, mas isso não é culpa dele. Nós estamos felizes que não morreu ninguém aqui ainda".
No Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, o governador Geraldo Alckmin avaliou que a situação em Franco da Rocha é a mais preocupante do estado. "O rio corta a cidade, então não tem como mudar as pessoas. O que dá para fazer é piscinão. Vamos fazer o piscinão e o desassoreamento do rio", prometeu o político.
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Em rota contra Musk, Lula amplia laços com a China e fecha acordo com concorrente da Starlink
Soraya Thronicke quer regulamentação do cigarro eletrônico; Girão e Malta criticam
Relator defende reforma do Código Civil em temas de família e propriedade
Dia das Mães foi criado em homenagem a mulher que lutou contra a mortalidade infantil; conheça a origem
Rotina de mães que permanecem em casa com seus filhos é igualmente desafiadora
Deixe sua opinião