Ricardo Vilarinho da Costa teve a uma lesão medular. Sofre dores constantes que às vezes atingem picos e o impede de ir ao trabalho. Por esse motivo Ricardo já foi despedido duas vezes de empresas que o contrataram "incentivadas" pela lei 8213/9, que exige que companhias com mais de 100 colaboradores contratem um porcentual (de 2 a 5%) de portadores de deficiência.
Mas é justamente a questão do emprego que mais incomoda o jovem hoje. Desempregado, ele encontra dificuldades para se recolocar no mercado de trabalho. Uma das esperanças é que a Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência ajude a fiscalizar as empresas e cobrar delas ações efetivas em prol dos deficientes.
Outro ponto sempre questionado por esta população é a acessibilidade. O arquiteto Ricardo Mesquita, que também já foi cadeirante, afirma que hoje a legislação permite a construção de somente três tipos de calçadas: placas de concretos, blocos ou asfalto. Apesar disso, a própria prefeitura ainda utiliza outros materiais. "O órgão que deveria fiscalizar estas ações, não cumpre as normas. Acabamos ficando meio céticos".
Ele é conselheiro do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado do Paraná (Crea-PR) e estuda junto com o órgão responsabilizar legalmente os culpados em caso de acidentes como quedas fruto das más calçadas. Como cidades exemplos de acessibilidade, ele cita Marechal Cândido Rondon, no interior do estado, Blumenau, em Santa Catarina e Vitório, no Espírito Santo. Na lista de tarefas cumpridas estão guias rebaixadas, calçadas em concreto ou asfalto.