• Carregando...

Foz do Iguaçu – A escolha pela grafia Foz do Iguaçu ou Foz do Iguassu poderá ser definida pela própria população. É isso o que pensa o prefeito Paulo Mac Donald Ghisi (PDT). Simpatizante do Foz com dois "s", Ghisi admite que se a polêmica aumentar uma consulta popular poderá ser feita para colocar ponto final no assunto. "Se a coisa ficar muito complicada podemos fazer uma consulta aos moldes de um plebiscito", diz.

O projeto que deu origem ao Iguaçu com dois "s" foi aprovado na quarta-feira passada pela Câmara de Vereadores de Foz do Iguaçu por oito votos a quatro e só depende da sanção do prefeito para entrar em vigor. O autor, vereador Djalma Pastorelo (PSDB), argumenta que a nova grafia resgata a história da cidade, que até 1940 era grafada como Foz do Iguassu. Além disso, considera o vereador, facilita a divulgação turística na internet para 146 do total de 198 países do mundo que não adotam o "ç".

Para o prefeito, os dois "s" abrem a cidade para a globalização e ligam o destino turístico – Cataratas do Iguaçu bastante divulgada como Iguassu Falls – ao município. "Muitos turistas pensam que não existe uma cidade de 300 mil habitantes por trás das quedas d’água", argumenta. Independentemente da aprovação popular ou não, a prefeitura já confeccionou materiais impressos para divulgar o destino com a grafia Iguassu Falls, que ressaltam os dois "s".

Resistência

Apesar das justificativas a favor, os vereadores e o prefeito devem enfrentar uma série de resistências da opinião pública. A Academia de Letras do Extremo-Oeste do Paraná está preparando e apoiando uma série de manifestações contrárias a sanção da lei que partem de professores e estudantes. Uma das iniciativas mais contundentes até agora é de um dos membros da academia, o professor de português e escritor, Nilton Bobato. Ele está elaborando um requerimento a ser entregue ao prefeito na próxima semana questionando a alteração. Caso a lei seja sancionada, Bobato promete ingressar com ação na Justiça. "É uma questão de defesa da língua nacional. Estamos transformando nossa língua em um estrangeirismo", afirma.

Para Bobato, só uma lei estadual pode alterar a grafia da cidade porque o município foi criado com aval da Assembléia Legislativa. Ele ainda diz que o uso do "ç" no lugar dos dois "s" está respaldado por um decreto federal que acata o acordo ortográfico da língua portuguesa.

O fato de o nome da cidade ser escrito com dois "s" e as demais atrações como Rio Iguaçu, Cataratas do Iguaçu permanecerem com "ç" também é criticado pelo professor. "Isso vai criar mais confusão."

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]