População quer mais segurança

• 0

Com três lagos, um espaço verde memorável enfeitado com crisântemos e um recanto com churrasqueiras para um piquenique em família, o Parque Barreirinha mostra a sua beleza aos poucos freqüentadores do local. Localizado em um bairro com pouco mais de 17 mil habitantes, a nove quilômetros do Centro de Curitiba, transformou-se em local de lazer da população em 1972. Há dez anos, ganhou um concorrente: o Tanguá, no vizinho Pilarzinho.

"O pessoal se esqueceu desse parque. Hoje vêm mais ou menos 10 a 15 pessoas aqui todos os dias", afirma a guarda municipal do parque. Por causa do silêncio, as trilhas naturais às vezes são um local apropriado para práticas ilícitas, como tráfico e consumo de drogas e prostituição. "Temos feito abordagens e proibimos até mesmo namoricos de adolescentes. Hoje já diminuiu bastante esse tipo de coisa", garante a guarda.

O problema apontado no parque da Barreirinha incomoda também os curitibanos que freqüentam os outros parques municipais. Na pesquisa realizada pelo instituto Paraná Pesquisas, 30,42% dos entrevistados apontam a falta de segurança como ponto negativo nos parques da cidade. "Não vou sozinha em alguns horários, porque já vi muita gente ser assaltada", conta a administradora Vanessa Guimarães. Semanalmente, ela vai ao Barigüi para caminhar. "Prefiro o ar livre a andar em uma esteira olhando para a parede. Mas à noite é melhor não vir", afirma.

De acordo com o arquiteto do Ippuc, Mauro Magnabosco, parques mais afastados da região central são alvos mais freqüentes de vandalismo e falta de segurança. "Durante um dia da semana, são muito desertos, o que causa maior suscetibilidade ao vandalismo", afirma o arquiteto.

Para o diretor de Parques e Praças da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Sérgio Tocchio, nem sempre o grande número de visitantes se reflete na beleza e a segurança do parque. "Excesso de pessoas também é ruim", afirma. Segundo a secretaria, o investimento na segurança, com guardas municipais de bicicleta, reduziu significativamente os atos de vandalismo e a falta de segurança. (TB)