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População reprova gastos feitos na Copa

Teto retrátil da Arena da Baixada: após o evento, população desaprova gastos no estádio | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Teto retrátil da Arena da Baixada: após o evento, população desaprova gastos no estádio (Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo)
Saúde deveria vir em primeiro lugar. As pessoas chegam 4h30 no posto e a fila já está grande. A distribuição de senhas é limitada e começa só 8 horas. Uma consulta demora quatro meses. Esperei sete meses por um exame e, quando consegui, não tinha o remédio. Tive que comprar, custou R$ 120. -Thiago Henrique Soares Fernandes, 23 anos, segurança |

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Saúde deveria vir em primeiro lugar. As pessoas chegam 4h30 no posto e a fila já está grande. A distribuição de senhas é limitada e começa só 8 horas. Uma consulta demora quatro meses. Esperei sete meses por um exame e, quando consegui, não tinha o remédio. Tive que comprar, custou R$ 120. -Thiago Henrique Soares Fernandes, 23 anos, segurança

A pavimentação está horrível, as ruas são precárias, não têm acessibilidade. Para quem anda com carrinho de bebê, cadeira de rodas, é terrível. O Brasil tem dinheiro, só não investe nas coisas certas. Não fui ver os jogos, é inacessível para quem tem renda inferior, é para pouca gente. -Everton Maciel Castanho,  28 anos, marceneiro |

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A pavimentação está horrível, as ruas são precárias, não têm acessibilidade. Para quem anda com carrinho de bebê, cadeira de rodas, é terrível. O Brasil tem dinheiro, só não investe nas coisas certas. Não fui ver os jogos, é inacessível para quem tem renda inferior, é para pouca gente. -Everton Maciel Castanho,  28 anos, marceneiro

Não sobrou nada da Copa, só gastaram dinheiro. A saúde está ruim, minha mulher usa bastante o postinho. A cada dois tipos de remédio, faltam oito, dez. Só tem os mais normaizinhos. Não fui ver os jogos, só alguns pela TV mesmo. Não deu resultado. -Vitor Santos, 66 anos, aposentado |

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Não sobrou nada da Copa, só gastaram dinheiro. A saúde está ruim, minha mulher usa bastante o postinho. A cada dois tipos de remédio, faltam oito, dez. Só tem os mais normaizinhos. Não fui ver os jogos, só alguns pela TV mesmo. Não deu resultado. -Vitor Santos, 66 anos, aposentado

A incoerência de se investir grandes volumes de recursos públicos na construção de estádios, enquanto milhares de brasileiros sofrem à espera de um tratamento de saúde, parece resumir bem a avaliação da população sobre a realização da Copa no Brasil.

Uma pesquisa inédita do Instituto Paraná Pesquisas, encomendada pela Gazeta do Povo, cinco meses depois da Copa, aponta que oito entre dez curitibanos desaprovam a aplicação de verbas estaduais e municipais na viabilização do Mundial na capital.

Para 41,5% dos entrevistados, o dinheiro gasto pela prefeitura na desapropriação de terrenos nos arredores da Arena da Baixada deveria ter sido aplicado na área da saúde. Outros quase 20% acreditam que a educação era prioridade, enquanto 8,7% priorizariam a segurança.

"O dinheiro foi investido no ramo privado, não é algo que a população tem usufruído. Se considerarmos, de maneira geral, 30% das pessoas da cidade torcem pelo Atlético e 70% não utilizam o estádio", ressalta Murilo Hidalgo, diretor do Paraná Pesquisas. Para ele, a baixa atratividade das partidas realizadas em Curitiba e a maneira como o Mundial terminou também contribuíram para a avaliação negativa da população. "Ficou a frustração da Copa pelos 7 a 1 (sofridos pela Seleção diante da Alemanha)."

Hidalgo recorda que a necessidade de investimentos na saúde é a principal demanda nacional. "Não é que a segurança melhorou muito, foi a saúde que piorou. As pessoas têm medo de ficar doentes, porque a saúde pública é muito ruim. Esse é, disparado, o principal problema do país." A pesquisa também mostra que educação gratuita de qualidade é um anseio. "Grande parte está na educação privada e isso começa a pesar no orçamento", afirma.

Desapropriações

No final de novembro, a prefeitura de Curitiba entregou ao Atlético Paranaense uma lista de imóveis que devem ser adquiridos pelo clube para pagar a dívida de aproximadamente R$ 16 milhões com o município. O valor é relativo às desapropriações para reforma da Arena da Baixada. Na lista municipal, estão cinco terrenos e conjuntos comerciais. O Furacão pode indicar outros imóveis, desde que interessem à prefeitura e totalizem o valor da devido. Segundo o secretário municipal de Urbanismo, Reginaldo Cordeiro, as alternativas apresentadas pelo clube devem servir para construir creches, escolas e postos de saúde.

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