Coordenador geral da Copa na cidade diz que legado foi positivo
Coordenador geral da Copa em Curitiba, Mario Celso Cunha pondera que o momento político atual, marcado por escândalos de corrupção na Petrobras, contribui para críticas da população no que diz respeito aos investimentos feitos no evento, mas ressalta que a Copa deixou legados, principalmente, no campo da segurança pública. "O pessoal está muito revoltado, o povo está envolvido com notícias que falam de corrupção, de estádios de quase R$ 2 bilhões. Nosso estádio custou R$ 330 milhões, foi o mais barato. Há muita desinformação", defende.
Segundo Cunha, o Mundial trouxe mais de R$ 2 bilhões em investimentos para o estado. "Ganhamos viaturas, o posto de comando e controle (Centro Integrado de Comando e Controle Regional), muita coisa que veio a custo zero para o Paraná. A reformulação da Avenida das Torres foi graças à Copa, assim como a reforma do Rodoferroviária, que não se fazia há 30 anos." A qualificação de profissionais foi outra herança positiva da Copa para Curitiba, na visão de Cunha. "São mais de 30 mil pessoas preparadas para trabalhar em grandes eventos, na rede hoteleira, na área de segurança, treinadas, inclusive, em simulações de tragédia", diz.
A incoerência de se investir grandes volumes de recursos públicos na construção de estádios, enquanto milhares de brasileiros sofrem à espera de um tratamento de saúde, parece resumir bem a avaliação da população sobre a realização da Copa no Brasil.
INFOGRÁFICO: Pesquisa aponta insatisfação da população com o dinheiro gasto nas obras da Copa
Uma pesquisa inédita do Instituto Paraná Pesquisas, encomendada pela Gazeta do Povo, cinco meses depois da Copa, aponta que oito entre dez curitibanos desaprovam a aplicação de verbas estaduais e municipais na viabilização do Mundial na capital.
Para 41,5% dos entrevistados, o dinheiro gasto pela prefeitura na desapropriação de terrenos nos arredores da Arena da Baixada deveria ter sido aplicado na área da saúde. Outros quase 20% acreditam que a educação era prioridade, enquanto 8,7% priorizariam a segurança.
"O dinheiro foi investido no ramo privado, não é algo que a população tem usufruído. Se considerarmos, de maneira geral, 30% das pessoas da cidade torcem pelo Atlético e 70% não utilizam o estádio", ressalta Murilo Hidalgo, diretor do Paraná Pesquisas. Para ele, a baixa atratividade das partidas realizadas em Curitiba e a maneira como o Mundial terminou também contribuíram para a avaliação negativa da população. "Ficou a frustração da Copa pelos 7 a 1 (sofridos pela Seleção diante da Alemanha)."
Hidalgo recorda que a necessidade de investimentos na saúde é a principal demanda nacional. "Não é que a segurança melhorou muito, foi a saúde que piorou. As pessoas têm medo de ficar doentes, porque a saúde pública é muito ruim. Esse é, disparado, o principal problema do país." A pesquisa também mostra que educação gratuita de qualidade é um anseio. "Grande parte está na educação privada e isso começa a pesar no orçamento", afirma.
Desapropriações
No final de novembro, a prefeitura de Curitiba entregou ao Atlético Paranaense uma lista de imóveis que devem ser adquiridos pelo clube para pagar a dívida de aproximadamente R$ 16 milhões com o município. O valor é relativo às desapropriações para reforma da Arena da Baixada. Na lista municipal, estão cinco terrenos e conjuntos comerciais. O Furacão pode indicar outros imóveis, desde que interessem à prefeitura e totalizem o valor da devido. Segundo o secretário municipal de Urbanismo, Reginaldo Cordeiro, as alternativas apresentadas pelo clube devem servir para construir creches, escolas e postos de saúde.
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