Compatibilidade
O uso de células-tronco depende da compatibilidade entre o doador e o paciente. Confira os porcentuais:
100% compatível para a pessoa que doou as células;
75% compatível ao irmão gêmeo;
25% compatível aos irmãos;
0,6% compatível aos pais;
A compatibilidade em bancos públicos acontece de 1 em cada 200 mil.
Células embrionárias podem tratar 75 tipos de doença
Já é comprovado cientificamente que o uso das células-tronco pode tratar cerca de 75 tipos de doenças diferentes. No Brasil, elas são usadas no tratamento de leucemias, anemias incuráveis, doenças da medula óssea e doenças auto-imunes, entre outras. Ainda está em estudo a eficácia das células-tronco para a regeneração dos tecidos do corpo humano. Pacientes com o coração infartado, por exemplo, conseguiram ter uma recuperação de 100% do músculo cardíaco, após receberem no tecido morto a aplicação destas células. O tecido se reconstituiu e voltou a funcionar.
O mesmo caso pode ser aplicado aos pacientes que tiveram um derrame ou acidente vascular cerebral (AVC). As células-tronco para o tratamento do AVC demonstram uma recuperação importante do paciente, mesmo que a melhora não chegue a 100%. Já existem testes em humanos também para a cura de doenças do sangue. Em laboratório, pesquisadores tentam comprovar a eficácia das células-tronco retiradas do líquido da placenta, da gordura e dos dentes de leite.
Cerca de 40 coletas de células-tronco do cordão umbilical de recém-nascidos são registradas em média por mês, em Curitiba, de acordo com estimativa de especialistas da área. Se comparado ao universo de partos na capital 1,2 mil mensais, a quantidade de coletas ainda é pequena: apenas 3% do total de bebês nascidos. Entretanto, o número de armazenamento de células-tronco já é bastante superior à média nacional, que é de 0,2% (500 coletas) de um total de 250 mil nascimentos/mês. Por ano, no Brasil, são realizados 6 mil procedimentos como esses. No Paraná não existem dados específicos.
A coleta de células-tronco vem se tornando uma prática cada vez mais solicitada, desde que foi comprovado que o uso delas pode tratar pelos menos 75 tipos de doenças diferentes, entre elas, leucemia e aneminas incuráveis. Segundo o diretor da maternidade do Hospital Santa Cruz, Dilermando Pereira de Almeida Filho, só no mês passado foram realizadas 17 coletas em Curitiba. Pelos cálculos, ao ano, 480 mães curitibanas já garantem uma nova forma de proteção à vida de seus filhos.
Em uma palestra sobre o assunto ministrada na semana passada na capital, mães de primeira viagem e outras que estão na segunda gestação disseram estar bastante confiantes em relação ao procedimento.
A farmacêutica Vanessa Nucci Pedrini está grávida de cinco meses e soube da coleta de células-tronco a partir de sua cunhada. "Ela vai fazer o procedimento e indicou para mim. Acho que é uma decisão bem particular", diz. Vanessa pretende fazer a coleta mesmo que alguns amigos tenham criticado sua atitude. "Eles dizem que estou com o pensamento negativo, prevendo coisas ruins. Mas não é verdade. Acho que é mais do que um seguro, é uma garantia para o resto da vida", afirma.
Dilermando confirma que muitos pais ainda enxergam a coleta pelo lado negativo. "Eles dizem: 'não vou fazer porque não quero pensar que meu filho pode ter isso ou aquilo' e acabam não observando que se trata de um seguro para as crianças." A expectativa em relação a algo desconhecido também influencia na opção por não fazer a coleta. "A aplicação das células-tronco, a partir do sangue do cordão umbilical, é algo recente no Brasil. Tem cerca de 10 anos e ainda existem muitas pesquisas sobre o assunto", destaca o diretor.
Segundo as mães entrevistadas, o que mais as impulsiona a decidir por armazenar as células-tronco é um possível sentimento de culpa. "É uma hora única (o parto) para você conseguir garantir uma segurança a mais para seu filho, se não for naquele momento, não há mais possibilidades de voltar atrás, a não ser que você tenha outro bebê", relata a engenheira civil Christine Jansen, que vai ter seu filho no próximo mês, mas que ainda não tem certeza se vai realizar a coleta.
Outros dois fatores também costumam pesar na decisão final. Um deles ainda refere-se à falta de divulgações sobre o assunto. O presidente da Cordvida (empresa especializada na área), Roberto Waddington, confirma que só recentemente as informações começaram a ser divulgadas com mais intensidade, atingindo o público esperado, que são os pais e mães. O preço cobrado pelo procedimento é outro empecilho para grande parte das famílias: R$ 4 mil pela coleta e mais R$ 757 por ano para o armazenamento do material. "É importante destacar que este valor já teve uma queda de preço de 22% em relação ao ano passado", explica. Em Curitiba, já existem cinco empresas e diversas maternidades que realizam o procedimento.
Serviço: Uma parceria entre a Cordvida e o Instituto Santa Cruz possibilita a coleta gratuita para famílias carentes. Informações pelo telefone 0800-880-2673.
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