O câncer, doença comum em adultos, é cada vez mais freqüente entre crianças e adolescentes. Segundo o Ministério da Saúde, a neoplasia é a terceira causa de morte entre pessoas até 15 anos. Só no Paraná são detectados 500 casos de câncer infanto-juvenil por ano, o que corresponde a 4% do total de casos registrados no estado, de acordo com a Associação Paranaense de Amigos da Criança com Neoplasia (APACN). A boa notícia, no entanto, é que 70% das crianças que percebem a doença ainda em seu estágio inicial têm chances de cura, desde que tratadas em centros especializados.
O tema deu origem ao Dia Nacional de Combate ao Câncer Infanto-Juvenil, lembrado hoje pela primeira vez. O intuito é mobilizar a sociedade para mostrar que a doença afeta, sim, crianças e jovens. As formas de neoplasia infanto-juvenil, no entanto, são diferentes das diagnosticadas em adultos. É o que explica a médica oncologista pediátrica Mara Pianovski.
Ao contrário do que ocorre em adultos, afirma a médica, ainda não há causas específicas para o aparecimento da doença em crianças e jovens. "As bases biológicas da criança são diferentes, não dependem muito do ambiente, já que ela não foi afetada pelo cigarro ou pelo sol, por exemplo. Por isso, os tipos diagnosticados são outros", explicou.
Os mais comuns
Entre os mais freqüentes no Paraná está o câncer supra-renal. Os sintomas da doença são: ganho de peso e aparecimento de pêlos, como se a criança estivesse em uma puberdade precoce. Outro tipo comum é a leucemia, que ataca os glóbulos brancos e causa palidez, sangramentos excessivos, manchas no corpo e anemia. O aparecimento da doença na infância também vem com mais força que nos adultos. "No caso da leucemia, a doença se manifesta em no máximo três meses", explica Mara.
O menino Ícaro Mello Rosa, 7 anos, está em fase de recuperação depois de um transplante de medula óssea decorrente de um câncer que baixa o número de plaquetas e glóbulos brancos no sangue. A doença não chegou a ser diagnosticada como uma leucemia, mas Ícaro precisou de um doador que tivesse o líquido da medula compatível com o dele para que tivesse chances de cura. "O irmão dele fez a doação", conta a mãe do garoto, Maria do Socorro de Mello, 34 anos. Socorro veio de Irecê, na Bahia, atrás da cura para a doença de seu filho e está em Curitiba há cinco meses. "Quando ele era nenê, percebi que ele era pálido demais. Os pediatras diziam que não tinha cura. Fui pra Salvador, onde me encaminharam para Curitiba", conta a baiana. Enquanto Ícaro faz o tratamento, mãe e filho moram na APACN. A associação abriga atualmente 30 crianças e acompanhantes de todo o país que vieram a Curitiba fazer o tratamento.
Agenda
Entre as atividades programadas para o Dia Nacional de Combate ao Câncer Infanto-Juvenil estão previstos um jantar dançante no Clube Curitibano, hoje, às 21 horas, e uma caminhada de combate à doença, no próximo domingo, às 9 horas, no Parque Barigüi. Os ingressos para o jantar estão à venda na bilheteria do clube e na APACN.
Serviço: A APACN fica na Rua Oscar Schrappe, 250, no bairro Tarumã, em Curitiba. Mais informações pelo telefone (41) 3024-7475.
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