Os funcionários da coleta de lixo e de varrição de ruas paralisaram os serviços na manhã desta segunda-feira (21) em Curitiba. Em assembleia realizada às 7h30, ficou definido por unanimidade que os 2,5 mil garis, coletores e varredores irão parar as atividades por tempo indeterminado. A categoria reclama do parcelamento dos vales refeição e alimentação, além da falta de pagamento da primeira parcela do Programa de Participação de Resultados (PPR), que deveria ter sido feito no quinto dia útil deste mês.
Segundo o presidente do Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação de Curitiba (Siemaco), Manassés Oliveira, a Cavo Serviços Ambientais, empresa responsável pela coleta na capital do estado, parcelou em duas vezes os vales-alimentação e refeição dos seus funcionários. “Agora em setembro não paga o que foi acordado, que é a Participação de Resultados, e ontem (domingo) só pagou 30% dos vales-alimentação”, afirma.
Segundo ele, a Cavo chegou a protocolar no Sindicato dos trabalhadores um ofício alegando que a inadimplência municipal chega a R$ 71.103.689,51 e que isso comprometeria as operações financeiras da empresa. “Mas a gente não tem nada a ver com a falta de pagamentos da prefeitura. O trabalhador não pode ser penalizado por isso”, afirma Oliveira.
A Cavo confirma que há atrasos no repasses da prefeitura, mas ainda não deve se posicionar a respeito da paralisação dos trabalhadores.
A Secretaria Municipal do Meio Ambiente informa, por meio de uma nota emitida pela assessoria de imprensa, que a prefeitura tem se reunido regularmente com representantes da Cavo e definido os pagamentos em comum acordo. “Na última sexta-feira, inclusive, foi realizado um pagamento de R$ 900 mil. No mesmo dia a empresa informou à Secretaria do Meio Ambiente que as atividades seriam executadas com regularidade”, diz a nota. O governo municipal ressalta ainda que a paralisação foi iniciada sem aviso ao município, o que contraria a legislação.
“A empresa (Cavo) informou à Prefeitura que já pagou aos trabalhadores um terço dos vales transporte e alimentação do período de 20 de setembro a 20 de outubro. E informou ainda que o adiantamento do pagamento referente à participação nos lucros a serem obtidos até dezembro está em discussão com o sindicato”, diz a assessoria. Segunda a secretaria, a Cavo informou ao poder público municipal que está tomando as medidas judiciais necessárias para o retorno dos trabalhadores ao trabalho.
No dia 17 de março deste ano, a categoria já havia entrado em greve. A paralisação, na oportunidade, durou até o dia 19, e foi encerrada após uma audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) do Paraná.
No final do mês de março, prefeitura e a Cavo divergiam em R$ 37 milhões sobre o valor da dívida que a administração municipal tinha com a empresa.