Em assembleia na manhã deste sábado (22), os professores da rede estadual de ensino decidiram manter a greve iniciada no dia 17 de outubro. Cerca de 1,4 mil pessoas participaram do debate no ExpoUnimed, em Curitiba, e ao meio-dia pontualmente, aconteceu a votação. A assembleia estava dividida e não foi possível a confirmação visual do resultado. Na contagem dos votos, foram 724 favoráveis à manutenção da greve e 719 pelo fim da paralisação. A decisão contraria a posição do comando de greve, que defendia suspender o movimento para encaminhar a negociação com o governo do estado.
Encerrar a greve foi a condição apresentada pelo governo estadual para retomar a negociação com a categoria e para retirar a emenda ao projeto de lei que adiaria o reajuste do funcionalismo, previsto para janeiro. Apesar de ter acordado que pagaria a reposição inflacionária, acrescida de 1%, no início de 2017, para encerrar a paralisação de vários meses em 2015, a administração estadual disse temer não ter dinheiro em caixa para honrar o compromisso e queria adiar o reajuste. Por outro lado, a APP-Sindicato estabeleceu que só aceitava negociar se a emenda ao projeto de lei fosse retirada pelo governo.
Debate
A questão da ocupação das escolas pelo movimento estudantil pautou boa parte da assembleia e, ao que parece diante da condição de quase empate, pode ter sido o fator decisivo na votação. Em tempos iguais, os grupos a favor e contrário ao fim da paralisação puderam apresentar seus pontos de vista. Os que defenderam a manutenção de greve afirmaram que a proposta do governo é apenas uma estratégia para empurrar a negociação, uma vez que a proposta de adiar o reajuste pode ser reapresentada em 30 de novembro – acrescentando que é muito difícil remobilizar a categoria no final de ano.
Quem pediu o fim da paralisação, alegou que não era possível confundir greve com a ocupação das escolas pelos alunos e que, se não fosse o movimento estudantil, a adesão ao movimento grevista seria muito mais baixa. Quando discursou pela defesa do fim da greve, o presidente da APP-Sindicato, Hermes Silva Leão, aos gritos de “vergonha”, chegou a ser vaiado.
Apesar de defender o fim da paralisação, Leão ponderou alguns fatores que levaram os professores a optar por manter a greve. “É um resultado de resposta ao autoritarismo do governo, que deveria ter retirado em definitivo à proposta, que aliás, não deveria nem ter enviado um projeto para a retirada de direitos”. Sobre a divergência na posição do comando de greve e o resultado da assembleia, ele disse que é comum que, em um debate mais amplo e democrático, as opiniões sejam diferentes.
Na terça-feira (25), o comando de greve deve se reunir para organizar o calendário e, se for o caso, estabelecer uma data para nova assembleia.
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