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O novo ligeirão azul na Linha Verde, obra considerada de cunho metropolitano pela possibilidade de melhorar o acesso a cidades da RMC. | Walter Alves/Gazeta do Povo
O novo ligeirão azul na Linha Verde, obra considerada de cunho metropolitano pela possibilidade de melhorar o acesso a cidades da RMC.| Foto: Walter Alves/Gazeta do Povo

20 minutos de carro ou duas horas de ônibus

Os 25 quilômetros entre Curitiba e Quatro Barras podem durar 20 minutos dentro de um carro ou duas horas em um ônibus. Apesar disso, Cristiane do Rocio Fortes, 45 anos, vê vantagens em ambas as modalidades. "De ônibus, faço um trajeto diferente, mais agradável, e não preciso me preocupar com o trânsito. São locais que eu já conheço, mas que posso observar com mais detalhes", diferencia.

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Terminal serve como ponto de encontro

O terminal de ônibus do Cabral é o eixo central dos dias úteis de Teresinha Aparecida dos Santos de Lima, moradora de Colombo, na região de Curitiba. Além de ser ponto do ligeirinho Colombo/CIC, que usa para chegar a capital, é no terminal que a zeladora de 33 anos se encontra e se despede da família. Enquanto ela sai a pé rumo ao edifício residencial em que trabalha, o marido emenda uma conexão até o Centro, onde trabalha. Na volta, três vezes por semana, ela encontra o irmão.

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Coletivo fica como segunda opção

Antes um solteirão com uma vida repleta de praticidades, o servidor público Guilherme Oliveira de Albuquerque, 28 anos, teve de se adaptar às exigências do casamento. A mais intensa delas foi deixar o apartamento no Centro de Curitiba para se estabelecer, com a esposa e o filho pequeno, em uma casa no bairro Tanguá, em Almirante Tamandaré. Seu antigo carro, hoje serve às necessidades da família.

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Alternativa menos poluente e sem estresse

O gerente de marketing Fernando Cardozo, 26 anos, entrou no novo ônibus da linha Ligeirão Boqueirão com a satisfação de quem ganhara um presente. "Tem um gosto especial entrar em um ônibus limpo e sem riscos. Poderiam até ter instalado câmeras para ajudar na conservação", sugere.

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Avaliação de quem vem de fora

Juliana Oliveira Albuquerque é uma passageira mantenedora de tradições. Estudante, vive em um pensionato de estudantes e utiliza a linha de micro-ônibus Estudantes para ir ao Centro Politécnico da Universidade Federal do Paraná. A capixaba de 28 anos, que há quatro se mudou para Curitiba para cursar mestrado em Ecologia, avalia o sistema público de transporte com os olhos do turista prolongado: reconhece vantagens em relação a outras cidades, mas detecta problemas pontuais e falhas congênitas.

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Um novo ator do sistema de transporte urbano de Curitiba entrou em cena na última semana e fez com que a atenção de muitos estivesse voltada ao Azulão – o veículo biarticulado que ganhou o título de "maior ônibus do mundo". O impacto estético do ligeirão, que causa no passageiro a sensação de estar no interior de metrôs ou trens urbanos modernos e espaçosos, tem sido aprovado. Entretanto, o novo veículo não tem diminuído o tempo das viagens. A Gazeta do Povo embarcou no Azulão e em outras linhas para acompanhar como os usuários avaliam a novidade e a integração da rede.

Além da cor forte, que surge entre o vermelho, o amarelo e o cinza já comuns no trânsito curitibano, o tamanho do ônibus impressiona. São 28 metros de comprimento que comportam 250 passageiros. A implantação do Azulão na rede de transporte tem o propósito, segundo a Urbanização de Curitiba S/A (Urbs), de desafogar o movimento nas linhas regulares dos biarticulados. Uma forma de minimizar a preocupação com o esgotamento do sistema, perceptível a quem depende dos ônibus para se locomover.

Em Curitiba, onde os ônibus se tornaram um símbolo internacionalmente reconhecido, a qualidade do transporte público se torna uma questão de honra. Na capital paranaense, os ônibus deixaram de estar ligados apenas à infraestrutura e passaram a fazer parte da cultura local. E, quanto mais isso se evidencia, mais intensa é a expectativa e a cobrança dos habitantes por melhoras. Ao todo, a cidade tem 2,3 milhões de pessoas que usam diariamente 2 mil ônibus em 350 linhas diferentes, que percorrem 500 mil quilômetros.

Percepção

O aposentado Jair Martini, 68 anos, que se descreve como um apaixonado por ônibus, se dispôs a ir do Bacacheri ao Boqueirão apenas para experimentar o novo ônibus. Para ele, a mudança em relação aos veículos anteriores foi "da água para o vinho". "É transporte de primeiro mundo. Além da rapidez da viagem, o tamanho dá um conforto maior", avalia (acompanhe outras experiências nos ônibus de Curitiba nesta página).

De certa maneira, a iluminação e a limpeza dos novos veículos dão a impressão de se estar usando o transporte pú­­­blico de países modernos e desenvolvidos. Além disso, o motor menos ruidoso e o sensor que abre automaticamente os semáforos proporcionam uma sensação de alta velocidade semelhante à de metrôs.

O tempo da viagem – 20 minutos entre o Centro e o Boqueirão – é semelhante ao do Ligeirão antecessor, articulado e vermelho. Ambos economizam tempo ao fazer menos paradas (quatro, contra 19 dos biarticulados convencionais). Entretanto, usuários habituais da linha não detectaram ganho de mobilidade. Por enquanto, a cidade conta com 10 azulões na linha Ligeirão Boqueirão. Segundo a prefeitura, o próximo trajeto a ser trafegado por veículos do mesmo modelo é a linha Pinheirinho–Carlos Gomes, que passa pela Linha Verde e já está em testes.

Interatividade

Você já usou o Azulão? Qual a sua avaliação sobre o novo ônibus? O que poderia ser melhorado para aumentar a eficiência de toda a rede de transporte de Curitiba?

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