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Saúde

Por falta de estoque, Paraná racionaliza soro antiveneno

Desde agosto do ano passado muitos hospitais do país têm enfrentado a falta de soros antivenenos de animais peçonhentos, especialmente aranha-marrom e cobra coral. Dois dos quatro institutos responsáveis pela produção das doses passam por adequações estruturais, o que, segundo o Ministério da Saúde, tem reduzido a produção e comprometido os estoques. No Paraná, a alternativa tem sido o uso racional por parte dos hospitais, segundo o superintendente de Vigilância em Saúde, da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Sezifredo Paz.

A Sesa tem emitido notificações aos médicos e aos responsáveis pelo departamento de soroterapia do estado, alertando para que haja responsabilidade na administração das doses. O conselho é que, antes da aplicação, uma equipe médica avalie a gravidade do caso.

O superintendente lembra que nem todos os acidentes por animais peçonhentos necessitam do soro. Para investigar se o paciente precisa ou não são feitos exames que detectam a quantidade de toxina no organismo. Além disso, ele explica que são avaliadas a saúde e a resposta imunológica do paciente ao veneno. "A aplicação do soro depende de um protocolo. A administração deve ser feita em casos graves. Por exemplo, quando o paciente apresenta sangue na urina."

Nos casos em que não há necessidade da soroterapia, conforme Paz, o paciente permanece no hospital em observação e recebe medicamentos sintomáticos – como analgésicos e corticoides, para aliviar as dores.

De 2007 a 20013, segundo a coordenadora da Divisão de Zoonoses e Intoxicações da Sesa, Giselia Burigo Gui­marães, foram registrados no Paraná 35.204 acidentes com aranha marrom, sem mortes no período. Somente em 2013 foram 3.809.

As regiões de maior prevalência do aracnídeo é Curitiba e região metropolitana, além de Guarapuava, Pato Branco, União da Vitória e Irati. Este último (região Centro-Sul) apresenta a maior incidência. De 2007 até o ano passado, o município somou 1.189 picadas de aranha marrom.

Já os registros de picadas de cobra coral, segundo Giselia, são mínimos. "Por ano, temos de um a três casos. Não é uma espécie típica do nosso estado."

Produção

O Centro de Produção e Pesquisa de Imunobiológicos do Paraná é o único do país a produzir o soro antiloxoscelico (para aranha-mar­rom), mas depende do Instituto Butantan (SP) para concluir uma das etapas. Como medida, a Sesa solicitou à Anvisa que o processo seja feito na Fundação Ezequiel Dias (Funed), de Minas Gerais.

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