Prevenção
Alguns cuidados simples podem ajudar a prevenir os acidentes com animais peçonhentos:
Acidentes com cobras
Usar botinas com perneiras ou botas de cano alto no trabalho, pois 80% das picadas atingem as pernas abaixo dos joelhos;
Usar luvas de couro nas atividades rurais e de jardinagem. Não colocar as mãos em buracos na terra, ocos de árvores, cupinzeiros;
Examinar os calçados, já que serpentes podem refugiar-se dentro deles;
Vedar frestas e buracos em paredes e assoalhos;
Limpar as proximidades das casas, evitando folhagens densas;
Evitar acumulo de lixo, entulhos e materiais de construção.
Avaliar bem o local onde montar acampamentos e fazer piqueniques;
Preservar inimigos naturais (raposa, gambá, gaviões e corujas) e criar aves domésticas, que se alimentam de serpentes.
Acidentes com aracnídeos
Usar calçados e luvas nas atividades rurais e de jardinagem;
Examinar e sacudir calçados e roupas pessoais, de cama e banho, antes de usá-las;
Examinar camas e evitar pendurar roupas fora de armários;
Não acumular lixo orgânico, entulhos e materiais de construção;
Limpar o domicílio, observando atrás de móveis, cortinas e quadros;
Vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos, forros, meia-canas e rodapés. Utilizar vedantes em portas, janelas e ralos;
Limpar bem o quintal, evitando folhagens densas e aparando gramados;
Combater a proliferação de insetos, principalmente baratas e cupins, pois são alimentos preferidos dos aracnídeos;
Preservar os inimigos naturais e criar aves domésticas, por se alimentarem de aracnídeos.
Fonte: Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa)
Desde agosto do ano passado muitos hospitais do país têm enfrentado a falta de soros antivenenos de animais peçonhentos, especialmente aranha-marrom e cobra coral. Dois dos quatro institutos responsáveis pela produção das doses passam por adequações estruturais, o que, segundo o Ministério da Saúde, tem reduzido a produção e comprometido os estoques. No Paraná, a alternativa tem sido o uso racional por parte dos hospitais, segundo o superintendente de Vigilância em Saúde, da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Sezifredo Paz.
A Sesa tem emitido notificações aos médicos e aos responsáveis pelo departamento de soroterapia do estado, alertando para que haja responsabilidade na administração das doses. O conselho é que, antes da aplicação, uma equipe médica avalie a gravidade do caso.
O superintendente lembra que nem todos os acidentes por animais peçonhentos necessitam do soro. Para investigar se o paciente precisa ou não são feitos exames que detectam a quantidade de toxina no organismo. Além disso, ele explica que são avaliadas a saúde e a resposta imunológica do paciente ao veneno. "A aplicação do soro depende de um protocolo. A administração deve ser feita em casos graves. Por exemplo, quando o paciente apresenta sangue na urina."
Nos casos em que não há necessidade da soroterapia, conforme Paz, o paciente permanece no hospital em observação e recebe medicamentos sintomáticos como analgésicos e corticoides, para aliviar as dores.
De 2007 a 20013, segundo a coordenadora da Divisão de Zoonoses e Intoxicações da Sesa, Giselia Burigo Guimarães, foram registrados no Paraná 35.204 acidentes com aranha marrom, sem mortes no período. Somente em 2013 foram 3.809.
As regiões de maior prevalência do aracnídeo é Curitiba e região metropolitana, além de Guarapuava, Pato Branco, União da Vitória e Irati. Este último (região Centro-Sul) apresenta a maior incidência. De 2007 até o ano passado, o município somou 1.189 picadas de aranha marrom.
Já os registros de picadas de cobra coral, segundo Giselia, são mínimos. "Por ano, temos de um a três casos. Não é uma espécie típica do nosso estado."
Produção
O Centro de Produção e Pesquisa de Imunobiológicos do Paraná é o único do país a produzir o soro antiloxoscelico (para aranha-marrom), mas depende do Instituto Butantan (SP) para concluir uma das etapas. Como medida, a Sesa solicitou à Anvisa que o processo seja feito na Fundação Ezequiel Dias (Funed), de Minas Gerais.
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