Um carro queimado em um incêndio criminoso permaneceu por mais de 20 horas na Rua Pedro Rio Branco de Macedo, no Sítio Cercado na tarde desta segunda-feira (17). Ele foi incendiado por volta da 1 hora da madrugada, com um corpo dentro, que foi removido pelo Instituto Médico Legal (IML) após as perícias necessárias. Logo em seguida, policiais civis que atenderam a ocorrência acionaram a Polícia Militar para retirar o veículo do local, mas em dois batalhões da PM não havia guinchos disponíveis para fazer a remoção. A corporação alega que por se tratar de crime, a responsabilidade é da Polícia Civil.
A equipe da Delegacia de Homicídios esteve no local do incêndio por volta da 1h45 e assim que fez o trabalho de perícia solicitou ao 13.º Batalhão da PM, localizado no Novo Mundo e responsável pela região do Sítio Cercado, que fizesse a remoção do Fiat Uno destruído pelo fogo. A resposta recebida foi que os dois guinchos do batalhão estavam estragados e não poderiam fazer o serviço, conforme relata Fabio Amaro, delegado que atendeu a ocorrência. O mesmo pedido foi feito ao Batalhão de Polícia de Trânsito (BpTran), que também não possuía guinchos disponíveis. Até as 20h30 o carro permanecia no local.O delegado afirma que embora não seja incumbência da Polícia Civil retirar os veículos da cena do crime, procurou alternativas dentro da própria corporação para o problema. Foi solicitado então que o guincho da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV) fosse até o Sítio Cercado e levasse a carcaça do carro queimado para o pátio da delegacia, onde deve permanecer. "Neste caso a PM não encerrou a ocorrência, porque eles devem fazer toda a entrega de provas para nós, o que não aconteceu, já que o carro não foi levado para o nosso pátio."
A Polícia Militar rebateu a informação, via assessoria de imprensa, e afirma que entregou sim todas as provas à Civil no local da ocorrência. A PM alega que não tem a atribuição de remover veículos e objetos de cenas de crime, o que deve ser feito pela judiciária Polícia Civil. De acordo com a assessoria, esse tipo de serviço geralmente é feito como apoio pela PM à Civil pela integração e trabalho em conjunto das duas corporações, que fazem parte da mesma administração, a Secretaria de Segurança Pública (Sesp).
Por questões de segurança, a PM não informa o número de guinchos lotados nos batalhões de Curitiba, mas declara que esses veículos estão atendendo normalmente os casos de acidentes de trânsito. Quanto ao prazo para remoção do Uno no Sítio Cercado, a corporação explica que a prioridade é para os incidentes que ofereçam perigo às pessoas, portanto o veículo incendiado, que já havia sido periciado, não foi retirado antes.
Procurada, a responsável pela Delegacia de Homicídios (DH), Maritza Haisi, preferiu não se pronunciar sobre o assunto. Segundo ela, o problema é uma questão de gestão que não compete à DH responder.
De acordo com moradores da Rua Pedro Rio Branco de Macedo, as equipes da Polícia Civil deixaram a cena do crime por volta das 4 horas da manhã e desde então o Fiat Uno destruído permanecia no local. A reportagem esteve neste endereço por volta das 17 horas e constatou que o carro estava com as portas abertas e pedaços espalhados, segundo os vizinhos, por diversas pessoas que ao longo do dia mexeram no veículo queimado. Um cachorro dormia no que havia sobrado do assoalho do automóvel.
Às 20h30 uma equipe do BpTran trabalhava no local para fazer a remoção do veículo.
Crime
O carro foi incendiado por volta da 1 hora da madrugada desta segunda-feira (17), logo após ter sido estacionado no local. Segundo moradores, um homem de boné teria estacionado o veículo, ateado fogo e fugido em um outro carro que dava cobertura. O Corpo de Bombeiros foi acionado e chegou até o carro em chamas cerca de meia hora depois. Assim que o fogo foi apagado constatou-se a presença de um corpo no porta-malas do veículo, que não pode ser identificado por ter sido carbonizado. A polícia acredita tratar-se de um homem, mas ainda não é possível confirmar a informação.
Os exames periciais feitos no local não permitiram detectar se a vítima já estava morta quando o veículo pegou fogo, mas vizinhos relatam que não era possível ver qualquer movimento em meio às chamas e nem ouvir gritos de socorro.
O carro, um Fiat Uno, havia sido furtado na Rua Mauritana, em Pinhais, no dia 2 deste mês, e estava com placas de um Renault Clio que também havia sido furtado, no bairro do Uberaba há um mês. O carro deve ser recolhido ao pátio de DFRV por causa desses crimes.
A polícia investiga quem seriam os autores e qual a motivação para o crime.
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