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Em um inverno típico em Curitiba, o intervalo entre uma frente fria e outra é de seis a sete dias. | Daniel Castellano/Gazeta do Po
Em um inverno típico em Curitiba, o intervalo entre uma frente fria e outra é de seis a sete dias.| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Po

Curitiba é uma cidade fria, dizem. Há quem culpe a personalidade ou o estilo arquitetônico e de vestuário dos moradores da capital paranaense por essa fama. Fato é que há um componente meteorológico nessa história, que em muito se deve ao período de outono e inverno. Como podem essas estações serem nubladas e secas ao mesmo tempo?

O primeiro passo é entender que o inverno é a época mais seca do ano. Ainda assim, tem chuva. Enquanto nos meses quentes há as “pancadas de verão” quase diárias, devido à precipitação de água da própria região (que evapora devido ao calor), no inverno a Região Sul brasileira dependente das frentes frias para que haja chuva.

Quando a frente fria avança, deixa para trás o tempo seco; a tendência é de o sol aparecer e as temperaturas subirem. Mas muitas vezes não é o que acontece em Curitiba. Isso ocorre devido à umidade que avança do Oceano Atlântico e, quando chega próxima à Serra do Mar, “é forçada a subir pela condensação, e aí temos o predomínio de dias e dias de nuvens”, explica a meteorologista Sheila Paz, do Simepar.

A nebulosidade é comum pois nesta época do ano o vento sopra do quadrante Sudeste, ou seja, do mar para o continente. Nesses casos, resta torcer para uma mudança de direção que leve a umidade embora. “É uma configuração bem característica de Curitiba e da Região Leste do estado. É uma posição privilegiada para isso acontecer, pois estamos [em Curitiba] muito próximos do mar, mas a mil metros de altitude”, comenta Sheila.

Em um inverno típico, o intervalo entre uma frente fria e outra é de seis a sete dias. O período de chuvas fica ao final deste período. Mas é comum que uma frente não consiga avançar. Aí se passam duas semanas sem chuvas. É quando acontecem os chamados “veranicos”, com a temperatura se elevando pouco a pouco.

As idas e vindas das frentes frias nesta época do ano podem causar o fenômeno da inversão térmica, trazendo riscos para a saúde (como doenças respiratórias e irritações alérgicas provocadas pelo ar poluído), alerta o professor de Geografia do Colégio Bom Jesus, Adalberto Scortegagna.

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