Cerca de mil manifestantes, a maioria professores - mas também estudantes e outros servidores públicos do Paraná -, protestaram nesta terça-feira (12) em frente ao Palácio das Araucárias, no Centro Cívico, em Curitiba. A intenção era pressionar o governo estadual por um reajuste salarial correspondente ao menos à inflação dos últimos 12 meses medida pelo Índice Geral de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Em entrevista à Gazeta do Povo na segunda-feira (11), o secretário da Fazenda, Mauro Ricardo, antecipou que a situação financeira do estado não permitiria nenhum reajuste salarial para os servidores, mas acrescentou que a decisão sobre conceder ou não o reajuste não é apenas da pasta. “Cabe a nós apresentar os números para que seja tomada uma decisão”, resumiu ele.
Segundo Marlei Fernandes, diretora de Finanças da APP-Sindicato (que representa os professores da rede estadual), o Fórum Estadual de Servidores (FES) tem argumentos técnicos mostrando que é possível conceder ao menos a reposição da inflação do período, calculada em 8,17%, como reajuste salarial aos servidores estaduais. Segundo ela, os cálculos apresentados pelo secretário da Fazenda são mais um sinal do desajuste vivido pela administração Beto Richa (PSDB).
Por volta das 10h20, representantes do FES iniciaram uma reunião a portas fechadas com a secretária de Administração e Previdência, Dinorah Nogara, e a secretária da Educação, Ana Seres Trento Comin, para tratar da data-base. Mas o encontro acabou sem uma proposta concreta do governo.
Há uma semana, reunidos com a secretária da Administração, os servidores saíram sem uma proposta oficial do governo estadual, o que influenciou na decisão dos professores de manter a greve. A secretária argumentou na ocasião que a pasta da Fazenda precisaria de mais tempo para analisar o comportamento da arrecadação.
O resultado da reunião desta terça-feira (12) é considerado determinante para a discussão em torno das greves em curso. Professores e funcionários das escolas estaduais, além de professores e funcionários das sete universidades estaduais, estão de braços cruzados desde o último dia 27.
O estado do Paraná tem hoje mais de 182 mil servidores ativos, além de mais de 81 mil aposentados e mais de 26 mil pensionistas. A folha de pagamento dos servidores ativos gira em torno de R$ 1,1 bilhão por mês, segundo números da Secretaria de Administração e Previdência.
Protesto reúne cerca de mil manifestantes
No ato desta terça-feira, a participação mais visível é de professores da rede estadual de ensino, mas também há a presença de representantes e estudantes da Unioeste. Também é esperada a participação de servidores ligados ao Sindsaúde, o sindicato que representa os trabalhadores da área de saúde no estado. Um carro de som está presente em frente ao Palácio das Araucárias, para ajudar na divulgação das pautas do movimento.