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O discurso de Renan Calheiros (PMDB-AL) no Senado foi cuidadosamente construído na tentativa de evitar desmentidos irrespondíveis. Mirou-se, assim, na história de ex-colegas como José Roberto Arruda (DEM-DF), que caiu por ter mentido em plenário. Estruturado por advogados, o pronunciamento menciona novas cifras para a ajuda financeira dada à filha que Renan reconheceu em 2005, mas não contesta as que já estavam na praça. Ao agradecer ao amigo Cláudio Gontijo, que "intermediou seu apoio", Renan não esclareceu qual teria sido a participação do lobista da Mendes Júnior depois que a pensão passou a ser descontada de seu contracheque de senador. Por fim, nenhuma palavra sobre a denúncia de que Gontijo teria ajudado a financiar suas campanhas eleitorais.

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Por pontos – Um senador oposicionista avalia a situação do presidente da Casa depois do pronunciamento: "Ele ganhou este round, mas ninguém sabe o que pode vir nos próximos assaltos". Esta última, palavra perigosa em tempos de Operação Navalha. Prestobarba – Já um deputado petista usa outra metáfora para descrever os percalços de Renan, primeiro com a empreiteira Gautama e depois com a reportagem da revista Veja: "A primeira lâmina fez tchan. A segunda fez tchun. Se houver a terceira será tchan, tchan, tchan, tchan!". Coreografia – Assim que Renan acabou de discursar, o aliado Romero Jucá (PMDB-RR) pediu o encerramento da sessão não apenas para evitar alguma fala imprevista, mas também para que ninguém conseguisse escapar dos cumprimentos ao presidente. No aguardo – A liderança do PT no Senado preparava uma nota de apoio a Renan, que inicialmente planejava soltar antes mesmo do pronunciamento. Até o final da tarde de ontem, o texto não havia sido divulgado. Simpatizantes – Antes de entrar em plenário, Renan recebeu uma medalha de Nossa Senhora Aparecida que lhe foi enviada pela ONG Mães do Rio, voltada ao combate da violência, da qual o senador se aproximou quando liderou a frente pró-desarmamento.

Reposicionado – Excluído da lista de indicados do PMDB para cargos do segundo escalão, o ex-senador Luiz Otávio (PA) já encontrou uma nova área de interesse: a renovação, que se aproxima, do contrato entre os Correios e o Bradesco para o Banco Postal. Inspiração – Diante do apoio do ministro Tarso Genro (Justiça) a Miguel Rossetto, a deputada federal Maria do Rosário afirma que planeja fazer como Ségolène Royal no Partido Socialista francês: reunir o apoio das bases para vencer a prévia e se tornar a candidata do PT à prefeitura de Porto Alegre em 2008. Convescote – Lula pretende anunciar a edição da medida provisória que oficializará as centrais – e lhes garantirá R$ 100 milhões – num almoço em breve com sindicalistas no Palácio do Planalto. Polarizado 1 – Tucanos paulistas e mineiros disputam na Câmara para definir quem terá primazia na indicação da Casa para a nova formação do Conselho Nacional de Justiça. Polarizado 2 – Os paulistas bancam a permanência de Alexandre de Moraes no CNJ. O ex-secretário de Justiça de Geraldo Alckmin tem o apoio do Palácio dos Bandeirantes. Já os mineiros, com aval de Aécio Neves, querem emplacar Jorge Berg de Mendonça. Missão – Comandante da Polícia Militar na gestão Alckmin/ Lembo, Elizeu Eclair foi nomeado assessor especial do governador José Serra. O coronel será responsável por uma equipe encarregada de evitar novas invasões na Serra do Mar, em regiões próximas ao município de Cubatão.

TIROTEIO

* Do deputado Rodrigo Maia, presidente do DEM, sobre a decisão de Hugo Chávez de tirar do ar a emissora RCTV, a mais antiga e de maior audiência da Venezuela, que fazia oposição a seu governo.

– Este é o último e triste capítulo da novela do autoritarismo na Venezuela. Só nos resta torcer para que o enredo não se repita no Brasil, por meio da TV que Lula se empenha em criar.

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