Senador Fabiano Contarato é o autor da proposta.| Foto: Edilson Rodrigues/ Agência Senado
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A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovou nesta quarta-feira (16) o porte de arma aos agentes de segurança socioeducativos, que lidam com jovens infratores. A medida também foi estendida aos oficiais de justiça, após a inclusão de uma emenda incluída no Projeto de Lei (PL) 4.256/2019.

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Caso não seja apresentado recurso ao projeto do senador Fabiano Contarato (PT-ES) para ser votado no plenário, a matéria segue para a análise da Câmara dos Deputados.

Na justificativa da proposta, Contarato argumentou que "em um Estado Democrático de Direito, é obrigação estatal fornecer os meios adequados e necessários para que os servidores, além de garantir a proteção dos adolescentes que estão sob sua guarda, protejam a si mesmos e a seus familiares de ameaças iminentes e concretas". O projeto modifica o Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826, de 2003), que regula a posse e a comercialização de armas de fogo e munição.

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O relatório, apresentado pelo Esperidião Amin, foi lido pelo senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), que apontou a defesa pessoal do agente socioeducativo como uma das razões para o porte.

“Ao lidarem com adolescentes que cometeram atos infracionais graves, [os agentes] frequentemente se tornam alvos de ameaças por parte de facções criminosas e indivíduos envolvidos em crimes violentos. A concessão do porte de arma pode ser um mecanismo de defesa necessário, não apenas para proteger os servidores, mas também suas famílias”, destaca o relator.

Outras categorias

Deputados da oposição tentaram incluir outras categorias na proposta que garante o porte de arma. O senador Jorge Seif (PL-SC) propôs que o mesmo ocorresse com advogados e parlamentares, mas as emendas foram rejeitadas no relatório. Para o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), a inclusão seria uma forma de evitar a subjetividade na autorização do porte, analisada caso a caso.

“Eu não consigo renovar o meu [porte], mesmo provando as ameaças que eu sofro… Por que o preconceito de um parlamentar também não poder passar por esse requisito? Ele tira o critério subjetivo da autoridade que vai conceder o porte de arma — disse Flávio Bolsonaro.

Requisitos

Pelo projeto, os agentes responsáveis pela segurança, vigilância, custódia e escolta de adolescentes terão direito ao porte, tanto em serviço quanto fora dele. Estes servidores ingressaram no serviço público por meio de concurso.

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Eles ainda ficarão isentos do pagamento das taxas de registro e manutenção das armas, que poderão ser particulares ou fornecidas pela corporação ou instituição a que estiverem vinculados.

A proposta obriga os agentes a comprovarem capacidade técnica e aptidão psicológica para o manuseio de arma de fogo e permite ainda a compra e posse de arma por agente menor de 25 anos, o que hoje não é permitido ao cidadão comum.

Será proibido o uso ostensivo da arma, de acordo com futuro regulamento. Ou seja, as armas deverão ser escondidas na vestimenta, por baixo da camisa, na perna ou na axila, por exemplo. 

A emenda que incluiu os oficiais de justiça foi apresentada pelos senadores Marcos Rogério (PL-RO), Daniella Ribeiro (PSD-PB) e Alan Rick (União-AC). Dessa forma, eles passam a integrar o rol de profissões que possuem direito ao porte de arma. *Com informações da Agência Senado

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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