O Porto de Paranaguá, no litoral paranaense, não registrou filas de caminhão na manhã desta quinta-feira (22). Na Quarta-feira de Cinzas uma fila de aproximadante 8 quilômetros se formou ao longo do acostamento da BR-277, com caminhões carregados de grãos para descarregar no porto.
A chuva que caiu no Litoral paralisou as atividades no porto de sábado (17) até esta quarta-feira (21). No entanto, para o superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Eduardo Requião, a fila se formou porque "operadores portuários, plantadores, cooperativas e produtores de Mato Grosso e Goiás, como estão diante de supersafra, estão tentando forçar o Porto de Paranaguá a abrir o silão público para a soja transgênica", afirmou o superintendente ao jornal Gazeta do Povo.
Em entrevista na manhã desta quinta-feira, Requião ressaltou a capacidade de recuperação do porto, que acabou com a fila em menos de 24 horas. "Isso demonstra a eficiência do Porto de Paranaguá, a nossa capacidade de recuperação. O Porto está correto na sua logística. Este incidente serviu como um exercício para nós e mostrou que estamos aptos para equacionar problemas como este. Não iremos ceder às pressões e asatividades das empresas que desobedeceram as normas da Appa poderão ser suspensas por até 180 dias úteis", declarou Requião.
De acordo com a assessoria de comunicação da Appa, a operação ininterrupta durante toda madrugada desta quinta-feira permitiu que a vazão das mercadorias fosse realizada rapidamente nos armazéns e os caminhões fossem sendo liberados. Segundo a Appa, mais de 60% dos caminhões que esperavam para descarregar grãos eram oriundos do Paraná.
Queda-de-braço
O argumento do superintendente da Appa, de que a fila de caminhões também foi causada da supersafra de Mato Grosso e Goiás e que isso estava forçando o Porto de Paranaguá a abrir o silão público para a soja transgênica foi contestado pelo presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás, Macel Caixeta.
"É mais um absurdo que acontece no Brasil", afirmou em entrevista ao jornal Gazeta do Povo. "O nosso papel é plantar e ajudar o país a crescer, quem exporta são as tradings e as multinacionais." Ele criticou, porém, a restrição para exportação dos produtos transgênicos. "Se o plantio está permitido no Brasil, tem que ser escoado", argumentou.
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