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morte de PMs

Possível ação de facções criminosas deve ser investigada, pedem entidades de policiais

Londrina e região viveram uma de suas noites mais violentas na noite desta sexta-feira (29) e madrugada de sábado (30) | Reprodução/RPCTV
Londrina e região viveram uma de suas noites mais violentas na noite desta sexta-feira (29) e madrugada de sábado (30) (Foto: Reprodução/RPCTV)

Associações que representam policiais militares do Paraná criticaram, nesta segunda-feira (1°.), a decisão da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) de descartar o envolvimento de facções criminosas nas situações que, ao longo dos últimos trinta dias, deixaram cinco policiais mortos e ao menos outros dois feridos em várias regiões do estado. Segundo as entidades, a postura foi “precipitada” e deveria ser reavaliada pelo órgão.

Reportagem publicada pela Gazeta do Povo no sábado (30) mostrou que desde o início de janeiro cinco policiais militares foram mortos no Paraná fora do horário de serviço. No mesmo período, seriam oito ocorrências, em que membros da corporação saíram feridos após tentativas de assaltos e/ou agressões.

O último ataque a um PM ocorreu sexta-feira (29), em Londrina, na região Norte. Na mesma noite em que o policial foi morto, outras dez pessoas foram assassinadas na cidade e nos municípios metropolitanos de Cambé, Ibiporã e Arapongas. Em Londrina, além das mortes, 17 pessoas ficaram feridas por disparos de arma de fogo.

Durante coletiva de imprensa neste domingo (31) para anunciar a criação de uma força-tarefa em Londrina, o secretário de segurança pública, Wagner Mesquita, disse que, por enquanto, não há indícios capazes de apontar a ligação de facções criminosas com os homicídios. Por outro lado, entidades que representam policiais militares afirmam que as ligações deveriam ser melhor avaliadas.

Para o presidente da Associação de Praças do Estado do Paraná (Apra), Orélio Fontana Neto, o descarte imediato de membro do crime organizado “atropela o processo de investigação”.

“Nós queremos saber quem matou esses policiais e também que as investigações comprovem ou não se houve crime organizado por trás disso. Até porque há denúncias”, declarou.

Já o diretor de comunicação da Associação de Defesa dos Direitos dos Policiais Militares Ativos, Inativos e Pensionistas do Paraná (Amai), coronel César Alberto Souza, disse que o governo deveria ter esperado fatos mais concretos antes de deixar de lado um possível envolvimento de facções criminosas com os assassinatos que, na opinião dele, são um reflexo do sistema penitenciário “problemático” do Paraná.

“Essa questão de descartar sem fazer nenhuma investigação não é uma medida verdadeira. Parece que estão se baseando em suposições e não em fatos”, comentou.

Fim de semana tem duas fugas de detentos

Além dos inúmeros homicídios, o fim de semana no Paraná teve duas fugas de detentos. Ainda na madrugada de sábado (30), sete presos escaparam da Casa de Custódia de Londrina (CCL). Os detentos cavaram um túnel ligando a cela até a área externa da unidade. Até o início da tarde, nenhum deles havia sido recapturado. A direção da unidade informou que vai abrir um processo administrativo para apurar a fuga. Também não se sabe ainda se os presos que fugiram têm qualquer relação com a onda de assassinatos.

Já no fim da madrugada deste domingo (31), onze fugiram da Penitenciária Estadual de Cruzeiro do Oeste (Peco), no Noroeste do estado. Segundo informações do Depen, os presos serraram a portinhola das celas e as grades que dão acesso ao pátio de sol e empreenderam fuga. Eles utilizaram cordas artesanais para escalar os muros da unidade. Até o meio-dia desta segunda-feira, nenhum deles havia sido recapturado.

No momento da fuga, a Peco possuía 848 presos. O local tem capacidade para abrigar 780 detentos.

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