Mais duas pessoas foram presas na noite desta segunda-feira (28) em função das investigações da Operação Pane Seca, que apura a venda de combustível adulterado em Curitiba. Os detidos eram considerados foragidos e se entregaram à polícia. Ao todo, oito pessoas já foram presas e quatro ainda seguem foragidas.
Um dos presos nesta segunda é Onildo Cordova II, dono de quatro dos nove postos fechados. A identidade do outro foragido detido ainda não foi revelada. Entre os quatro que continuam foragidos está o empresário Genisson Rosa, filho de Eugenio Rosa da Silva. Eles são donos de uma conhecida churrascaria de Curitiba e de três postos de combustível na cidade. Rosa da Silva foi preso no sábado no Aeroporto Afonso Pena logo após desembarcar o terminal.
Na última quinta-feira (23), antes da deflagração dessa operação, o presidente da Associação Brasileira de Combate a Fraudes de Combustívies, Fabrizzio Machado da Silva, de 34 anos, foi morto a tiros quando chegava em casa, no Capão da Imbuia. Ele foi o responsável pela denúncia do esquema fraudulento. A polícia ainda apura a relação entre a morte de Fabrizzio e a investigação.
No último sábado (25), a polícia fechou nove postos de gasolina. Segundo as investigações, os estabelecimentos fraudavam a quantidade de combustível que saia de das bombas. Seis pessoas foram presas durante a operação.
A investigação teve início após denuncia da Associação Brasileira de Combate a Fraudes de Combustíveis (ABCFC). Os seis primeiros presos foram levados para a Casa de Custódia de Piraquara (CPC). A prisão deles é temporária e tem duração de cinco dias.
Ligação
Segundo informação da própria Secretaria de Segurança do Paraná, a Operação Pane Seca foi antecipada devido ao assassinato de Frabrizzio e à possibilidade de fuga de um dos chefes do esquema. Horas antes do assassinato, o fiscal havia se encontrado com uma equipe do programa Fantástico, que produzia uma reportagem investigativa sobre fraudes em combustíveis. A matéria deverá ir ao ar na noite deste domingo (2).
Sindicato apoia medidas
Em nota enviada à imprensa, o Sindicato dos Revendedores de Combustíveis e Lojas de Conveniências do Estado do Paraná, Sindicombustíveis-PR, afirma que apoia ações de combate a fraudes no setor e entende que é importante ampliar as apurações para outras regiões do estado.
Segundo a entidade, a adulteração de bombas de combustíveis é um crime grave que lesa consumidores, compromete a arrecadação de impostos e prejudica empresários do setor que trabalham dentro da lei. “O Sindicombustíveis-PR é uma das entidades que combate esta prática com especial empenho. Neste sentido, o sindicato tem participado de encontros interestaduais focados em soluções para o problema e também vem reforçando junto aos órgãos fiscalizadores a importância de operações específicas contra os fraudadores”, diz o sindicato, no comunicado.